O objeto mais cobiçado do futebol mundial já está em sua nova casa. Nesta sexta-feira, a taça da Copa do Mundo foi exibida pela primeira vez ao público no tour que fará pela Africa do Sul até o mês que vem. O local de estréia foi a comunidade de Khayelitsha, na Cidade do Cabo. Saindo do local passará por mais 37 cidades e vilarejos, terminando o passeio em 5 de junho, em Soweto. A partir daí, ficará guardada à espera das mãos que a levantarão em 11 de julho, após a decisão.
São apenas 37 centímetros de altura, não mais do que dois palmos, e quase 7 quilos de ouro 18 quilates. Tem a forma de duas figuras humanas segurando o planeta. O valor material é altíssimo e o simbólico é incalculável.
"Simplesmente é algo que não tem preço. É o mesmo que você me perguntar quanto custa a Monalisa", comparou o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke.
Logo na primeira hora, a visitação teve que ser suspensa por alguns minutos. Três homens com luvas brancas subiram ao pequeno palco e colocaram um pano preto sobre a caixa transparente que protege a taça. Depois um deles levantou a tampa, o outro segurou a taça quase sem tirá-la do lugar enquanto o terceiro ajeitava a base de sustentação. Um processo aparentemente simples, mas que cada um executou com extremo cuidado. Era só um pequeno ajuste na caixa, mas nada que envolva este troféu é tratado como simples ou pequeno.
"Pense na taça como o presidente de um país. Ou, melhor, como uma rainha, o que talvez seja mais apropriado. Ela tem uma enorme equipe cuidando dela, mas só um seleto grupo de pessoas pode se aproximar. A taça também tem sua segurança pessoal. Só não posso dar muitos detalhes do trabalho deles, nem quantos são, porque é sigilo", explicou Brad Ross, gerente da empresa patrocinadora da taça.
O segurança mais próximo a ela era o sul-africano Theo Padayachee, que antes trabalhava na unidade presidencial da África do Sul.
"São empregos aparentemente diferentes, mas que na prática exigem o mesmo cuidado. Antes eu tratava de uma pessoa, a mais importante do país. Agora trabalho com um objeto que tem uma enorme importância, só que para o planeta inteiro. A preparação e o planejamento são feitos com muito cuidado nos dois casos. Agora mesmo já temos homens em todos os outros destinos por onde a taça passará na África do Sul. Só não posso falar mais por questões de segurança", repete.
Além destes profissionais, apenas chefes de estado e jogadores que já tenham conquistado uma Copa do Mundo podem tocar na taça. E aí vale quem tenha vencido campeonatos anteriores a 1974, quando o troféu ainda era o Jules Rimet. A primeira mulher a ter a honra de segurá-la foi Ellen Johnson-Sirleaf, presidente da Libéria, durante o tour pelo continente antes da chegada à África do Sul.
Nesta quinta, os torcedores não tiveram a mesma chance, mas saíram muito satisfeitos com uma foto ao lado da taça.
"É muito emocionante ver o símbolo da Copa do Mundo tão de perto. Ela está aqui na África do Sul, no meu país. Não está na Europa, está na África, porque ela é do mundo todo", disse Patmta Si, de 48 anos.
É, sim, do mundo todo. Mas apenas cinco países possuem a honra de ver seus nomes gravados na base, por já terem conseguido conquistá-la: Alemanha, Argentina, Itália, Brasil e França. Uruguai e Inglaterra, que levantaram títulos mundiais antes da criação da nova taça, em 74, ficaram fora. A base só será totalmente ocupada após a Copa de 2038.
Os campeões, no entanto, levam apenas uma réplica. A verdadeira permanece com a Fifa, que só a entrega após a final do Mundial. Ela é erguida, como símbolo do momento que já nasce histórico, e depois devolvida aos cofres da Fifa à espera de seu novo campeão.
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