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O atacante Robben comemora o terceiro e decisivo gol da Holanda contra o Uruguai | Valterci Santos/Gazeta do Povo – enviado especial/ Gazeta do Povo
O atacante Robben comemora o terceiro e decisivo gol da Holanda contra o Uruguai| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo – enviado especial/ Gazeta do Povo
  • Veja a ficha técnica do jogo Uruguai X Holanda

A vitória da Holanda sobre o Uru­­guai por 3 a 2, ontem, é carregada de simbologia para a América do Sul. Após um início de Mundial avassalador, com todos os seus re­­presentantes se classificando sem sustos para as oitavas de final, a região administrada pela Con­­mebol perdeu espaço. Não conseguiu chegar à decisão, permitindo que dois europeus duelem entre si pelo título de 2010.

Os holandeses, algozes de brasileiros e uruguaios, esperam de camarote o resultado da outra semifinal, entre Espanha e Alema­­nha, hoje, às 15h30 (de Brasília), em Durban. Festa garantida do Velho Mundo na África do Sul.

Com a certeza de que a taça tomará o rumo de Amsterdã, Ber­­lim ou Madri, o continente consegue reverter a vantagem da Amé­­rica do Sul e retomar a liderança no ranking de troféus mundiais após 56 anos – 10 a 9 nas conquistas.

Emplaca também uma dobradinha rara de se ver. Dois títulos seguidos, já que a Itália foi campeã em 2006. Fato que não acontecia desde que a própria Azzurra enfileirou os campeonatos de 34 e 38. Do lado de cá do Atlântico, apenas o Brasil, em 58 e 62, obteve êxito semelhante.

Resultado que baixa ainda mais a cabeça dos gigantes sul-americanos Brasil e Argentina. Bem menos cotado antes do torneio, o Uruguai ainda participará no sábado da decisão do terceiro lugar.

O país está extasiado com a possibilidade de retomar os bons tempos da Celeste Olímpica, período no qual ganhou duas medalhas de ouro em Olimpíadas (1924 e 28) e duas Copas do Mundo (1930 e 50). "Estamos muito orgulhosos do que fizemos", ressaltou o técnico Oscar Tabárez, aplaudido de pé ao deixar a sala de imprensa, iniciativa puxada por jornalistas uruguaios. "Mostramos que temos qualidade para voltar a competir internacionalmente. Uma equipe correta, que mereça ser reconhecida por sua entrega. Esse é o significado que tiramos", emendou.

Diferentemente da entrevista que concedeu na véspera do confronto, Tabárez se mostrou mais cuidadoso com as palavras após a derrota. Entregou também no semblante o abatimento por não ter dado um passo a mais. "Sei que o povo do Uruguai está satisfeito. Jogamos de igual para igual", discursou, dizendo esperar uma oferta da Federação Uruguaia para continuar no comando. "Não quero misturar as coisas, não é o mo­­mento. Mas, antes de qualquer passo, preciso de uma proposta."

Do lado holandês, uma euforia diferente. Sempre econômico nas frases, o técnico Bert van Marwijk resolveu caminhar em sentido contrário. Elogiou o grupo como forma de se autoelogiar. Lembrou em diversos momentos que o país não chegava a uma final de Copa desde 1978 – o carrossel holandês, apelido ganho por causa da movimentação constante dos jogadores, foi vice também em 74. "Estou muito orgulhoso por ter contribuído para que um país pequeno como o nosso jogue uma decisão", afirmou.

"Digo sempre aos jogadores que é necessário crer. Não só dizer, mas crer de verdade. Assim uma equipe pode ser campeã. Às vezes não se tem os melhores jogadores, mas se forma a melhor equipe. E reforço aqui a palavra equipe", completou, fechando o dia no qual a América do Sul ficou para trás.

Pelo menos até jogar em casa, no Brasil, daqui a quatro anos. Antes disso, o que vale é a força do Velho Mundo.

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