Uma onda de alegria e orgulho após a vitória da Espanha sobre a Alemanha por 1 x 0 na semifinal da Copa do Mundo na quarta-feira (8) deu ao país um alívio em um ano difícil, marcado por alto desemprego e dívidas.
Milhares de espanhóis tomaram as ruas de toda a nação no final da quarta-feira, envergando bandeiras amarelas e vermelhas, para comemorar a vitória que levou a seleção espanhola à sua primeira final do Mundial, na qual enfrentará a Holanda no domingo em Johanesburgo.
"Estamos incrivelmente orgulhosos. Esta é uma distração bem vinda da crise e do governo horrível que temos. Levanta o ânimo das pessoas", disse Loria Alejandrez, funcionária pública de 63 anos que assistiu à partida em um telão do lado de fora do Estádio Santiago Bernabéu, do Real Madrid.
No centro de Madri, o tráfego parou à medida que os torcedores ocupavam as faixas de pedestres, subiam em monumentos e fingiam torear os carros, usando bandeiras espanholas como capas. Automóveis e ônibus buzinavam e fogos de artifício disparavam.
A Espanha, que amarga a maior taxa de desemprego da Europa e o rescaldo da dívida causada por uma década de boom imobiliário, aplicou medidas duras de austeridade fiscal, incluindo cortes de salários de servidores, na tentativa de conter uma crise de dívida parecida com a que assola a Grécia.
O desempenho equilibrado da seleção foi um contraste agudo com as intensas disputas políticas que abalam o enfraquecido governo socialista, que busca aplicar reformas impopulares sob pressão dos mercados internacionais.
"Precisamos de algo que mostre que podemos fazer as coisas juntos, em vez de brigarmos o tempo todo", disse Pedro Schwartz, economista da Universidade San Pablo em Madri.
O primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero disse ter visto o jogo com nervosismo ao lado de sua esposa e filhas e que os jogadores deram uma grande alegria à Espanha em um momento difícil.
"Chegou nosso momento no futebol e acho que vem em boa hora para levantar a confiança e a auto-estima do país", disse ele em entrevista a uma rádio.
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