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Maria Alice Silveira Carneiro e a produção especial de garrafas de água mineral em verde e amarelo: durante o Mundial, estoque foi vendido antes do esperado | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Maria Alice Silveira Carneiro e a produção especial de garrafas de água mineral em verde e amarelo: durante o Mundial, estoque foi vendido antes do esperado| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Para eles, Laranja Mecânica é só o filme de Stanley Kubrick e o ferrolho suíço é um tipo de tranca para portas. Mesmo longe, fi­­losofaram sobre esquema tático, deram pitacos sobre as 32 seleções do Mundial e, sim, sentirão saudades da Copa.

Torcedores de ocasião são maioria entre os que se dedicaram a assistir jogo a jogo ao Mun­­dial. A ponto de dobrarem a au­­diência de canais de televisão nos horários das partidas do Bra­­sil. Nem a eliminação da equipe de Dunga nas quartas de final tirou o ânimo dessa torcida sazonal, que acompanha a final de hoje, entre Holanda e Espanha, e espera a próxima edição, daqui a quatro anos, no Brasil.

"Não torço para nenhum clu­­be, mas em ano de Copa do Mun­­do, o interesse por futebol se multiplica. Se não estou assis­­tin­do, acompanho as partidas via rádio. É um evento mundial, que reúne as pessoas. Todos vi­­bram com as cores de seu país", diz a sócia-diretora da empresa de envazamento de água mineral Timbu, Maria Alice Silveira Carneiro.

Este ano, a empresária teve mais um motivo para curtir o Mundial. Lançou um lote especial do seu produto, com garrafas verdes e tampas amarelas. "Foi um sucesso. Vendemos tudo an­­tes do esperado", festeja. Sem esconder que já se ressente do fim do período de até três jogos para assistir por dia. "Vamos ter uma espécie de depressão pós-Copa", brinca.

O Mundial na África do Sul foi o primeiro que o técnico admi­­nis­­trativo Bruno Fernandes acom­­panhou. Gostou da experiência. "Os jogos eram assunto em todo lugar. Comprei chinelos em verde e amarelo e uma corneta para torcer. Assisti mesas-redondas e outros programas esportivos pa­­ra saber o que estava acontecendo", conta. Com o Brasil fora, tor­­­­ce para a Holanda, embora ainda não conheça a escalação do time.

Quem são os 11 titulares da outra candidata ao título, a Es­­panha, a gestora cultural Letícia Cocciolito sabe bem. Ela está em um intercâmbio em Madri e hoje será Roja (vermelho, alcunha da torcida espanhola) desde criancinha. "Nos outros quatro anos, nem sei o que rola no campo. Mas, neste Mundial, estou torcendo como nunca. No começo, estava contra a Espanha. Só que tenho amigos aqui e não quero vê-los tristes. Até o Brasil cair, minha torcida foi verde e amarela", diz.

Apesar do superintensivo de futebol que fez para dar suas cornetadas, Letícia ainda tropeça em informações básicas, revelando que ainda é torcedora amadora. "Grafite" foi a resposta para a pergunta "quem é o lateral-esquerdo da seleção brasileira?" Se o leitor esqueceu a réplica correta, lá vai: o ex-atleticano Michel Bastos, hoje no Lyon.

O efeito Copa não cria apenas torcedores de 30 dias de duração. Incentiva pequenos esportistas a tentarem seus primeiros chutes. A coordenadora da Leles Sports, empresa que gerencia duas escolinhas de futebol em Curitiba, con­­ta que aumenta con­­sideravel­­mente a procura pelas aulas da modalidade du­­rante o Mundial.

"Tivemos 30 crianças fazendo aula experimental no período. Dessas, 26 ficaram. Um volume três vezes maior do que o normal", diz. "Finais de campeonato estadual e brasileiro também atraem novos alunos. Mas nada como a Copa", compara.

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