Operário da Plastic Printers trabalha na produção da barulhenta vuvuzela, sinônimo de torcer para anfitriões da Copa| Foto: Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo – enviado especial

Televisão

Fifa espera recorde de audiência

A Fifa conta com os trabalhos de produção da HBS (Host Broadcast Services) e de seus 2,6 mil funcionários credenciados para o Mundial para bater todos os recordes de audiência na Copa do Mundo. A expectativa é de que 30 bilhões de domicílios assistam aos 64 jogos da Copa, superando os 26,29 bilhões da Alemanha, em 2006. Há quatro anos, 214 países acompanharam as partidas, em 376 canais de televisão, com um total de 73.072 horas de cobertura, proporcionando um aumento de 76% na audiência em relação a 2002 (Coreia do Sul e Japão) e 148% sobre 1998 (França).

Toda a tecnologia do momento estará empregada em apresentar ao planeta todas as imagens do antes, durante e depois dos jogos. Serão destacadas de 30 a 32 câmeras por jogo. A HBS destacou uma equipe para cada seleção e outras oito percorrem a África do Sul na busca de curiosidades.

Pela primeira vez na história será utilizado nas transmissões o sistema de 3D. Dos 64 jogos, 25 serão transmitidos em 3D, começando pelo jogo de abertura, no próximo dia 11, entre África do Sul e México. O sistema está previsto para ser usado em cinco dos dez estádios do Mundial: Johannesburgo (Soccer City e Ellis Park), Cidade do Cabo, Durban e Port Elizabeth. Oito câmeras 3D estarão disponibilizadas.

Outra novidade para os torcedores que acompanharão o Mundial em suas casas é a possibilidade da compra da transmissão dos jogos via celular.

CARREGANDO :)
Veja também
  • Organização corre para ajustar o principal estádio

O ambiente não é nada convidativo, encravado no centro de Johannesburgo. Um prédio baixo, envelhecido, de apenas cinco andares. Para subir é preciso contar com a lógica, já que os botões do elevador foram improvisados – os números todos invertidos. Lá em cima, porém, funciona um dos negócios mais lucrativos da África do Sul nesta época de Copa do Mundo: uma fábrica de vuvuzelas, a barulhenta corneta, símbolo do torneio.Kevin Fry, dono do empreendimento que ocupa os dois últimos pavimentos do Crastsman Centre, se mostra reticente no primeiro contato, evitando entrar em detalhes. O sorriso, porém, entrega a felicidade de quem está ganhando muito dinheiro com a mania sul-africana, ainda mais neste momento em que o mundo da bola voltou todas as atenções para o país de Nelson Mandela. "Não tenho do que reclamar. Está realmente bom", diz ele, explicando que apenas cinco companhias disputam o mercado na África do Sul.

Publicidade

O distanciamento, contudo, não dura muito. Logo ele inicia o tour pela bagunçada fabriqueta. Mostra a produção, o estoque e apresenta antigos colaboradores. Sem luxo. Passa por sobras de materiais, pula caixas, retira papéis do caminho... Quer mostrar para a reportagem a "menina dos olhos" da empresa, a novíssima máquina de pintar, adquirida há poucos dias para melhorar a qualidade dos produtos – bolas, tacos de bets, capacetes estilosos, canetas e canecos fazem parte do renovado mostruário da Plastic Printers. "Pagamos 650 mil rands (cerca de R$ 162 mil). Vamos melhor em muito a qualidade do que vendemos. Não há nada igual na África do Sul", avisa.

Falar do novo brinquedinho empolga o empresário. É a senha para entregar os novos números da organização. "Estamos produzindo 5.600 vuvuzelas por dia – 35% acima do normal. E quase sempre vendemos tudo", revela ele. Cada corneta sai da fábrica por 48 rands (R$ 12). Nos shoppings e no comércio de rua é revendido por 100 rands em média (R$ 25). Por causa da diferença, a companhia só negocia grandes quantidades.

Para suprir a demanda, Kevin contratou 100 funcionários temporários em maio, fechando um quadro de 185 empregados. A escala de trabalho também mudou. Agora vai de segunda a sábado, muitas vezes entrando pela noite. "Não tem problema. Gosto de ‘fazer’ vuvuzelas. Só não gosto muito do barulho", afirma Tobias Motlmale, 55 anos, há cinco na Plastic Printers. Reclamação compartilhada por alguns jogadores e por emissoras de rádio e televisão – um pedido oficial para a proibição da entrada das vuvuzelas nos estádios foi feito – e negado – pela Fifa. A empresa fechou importantes contratos recentemente com parceiros comerciais da entidade que rege o futebol no mundo, o que ajuda a explicar o período lucrativo (não revelado). O Mc Donald’s encomendou canetas. A MTN (telefonia), pequenas bolas de futebol. "Só não conseguímos nada com a Fifa e com a Confederação Sul-Africana. Eles nos mandaram uma carta avisando que não permitiam o uso dos símbolos da Copa e do Bafana, Bafana", explica Kevin, antes de ser interrompido por um intenso barulho que vem da sala de trás. É mais uma "fornada" de vuvuzelas saindo para o mercado.