Atendimento
Companhias terão balcão de reclamação
As companhias aéreas serão obrigadas a montar um balcão de reclamações para receber queixas de passageiros nos aeroportos do país. A determinação é da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que quer dividir com as empresas a responsabilidade de atender usuários insatisfeitos com problemas relacionados a voos. A medida entra em vigor em 60 dias. Hoje, as queixas chegam à Anac pelo telefone 0800-7254445, nos balcões que a agência mantém em Guarulhos e Brasília e nos Juizados Especiais Federais em cinco aeroportos. A nova resolução determina que as empresas montem um guichê de atendimento à parte, em áreas distintas dos balcões de check-in e das lojas, com pessoal treinado para ouvir os problemas e resolvê-los.
As obras de ampliação dos terminais de passageiros de cinco dos 13 aeroportos das cidades brasileiras que vão sediar a Copa de 2014 ainda estão em fase de licitação. Segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), concluído há duas semanas, os aeroportos de Manaus (Amazonas) e Confins (Minas Gerais) estão em fase de licitação para a contratação das obras e os de Campinas (São Paulo), Porto Alegre (Rio Grande do Sul) e Curitiba ainda estão em fase de licitação dos projetos das obras.
"Dificilmente essas obras ficarão prontas a tempo", afirma o coordenador do Ipea, Carlos da Silva Campos Neto, que participou ontem de uma conferência sobre aviação em São Paulo, a Aeroinvest. Outro estudo divulgado pelo Ipea, em abril, dizia que nove aeroportos não ficariam prontos para o Mundial.
O principal problema tem sido o ritmo dos investimentos sob responsabilidade da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), que nos últimos oito anos conseguiu realizar apenas 44% dos investimentos previstos. "Até junho, esse índice estava ainda menor, em 11%", diz Campos Neto, se referindo a investimentos previstos para este ano.
Diante desse cenário, o consultor Mozart Alemão Mascarenhas, especializado no setor aeroportuário, diz acreditar que serão cada vez mais usados os terminais provisórios, também chamados de Módulos Operacionais Provisórios (MOPs). "Não vai dar para construir metade das obras definitivas previstas até 2014", afirma.
O professor Jorge Eduardo Leal Medeiros, da Universidade de São Paulo (USP), ressaltou que os MOPs são mais utilizados para atender os passageiros durante o processo de embarque, não para desembarque. "Não conheço casos bem-sucedidos de uso de terminais provisórios para desembarques em nenhum lugar do mundo. E nós também temos sérios problemas nas áreas de desembarque dos aeroportos brasileiros."
Investimentos
Se a Infraero continuar realizando os investimentos brasileiros no ritmo atual, até a Copa de 2014 terão sido disponibilizados menos da metade dos investimentos previstos, avalia Campos Neto, do Ipea. "Nesse ritmo, entre 2011 e 2014, a Infraero terá investido apenas R$ 2,3 bilhões dos R$ 5,2 bilhões previstos", disse durante a Aeroinvest.
Segundo o coordenador do Ipea, de acordo com dados divulgados em agosto pela Infraero, houve aumento na capacidade de alguns terminais de aeroportos brasileiros, como o de Confins, em Belo Horizonte, onde a capacidade teria sido ampliada em 104% desde fevereiro. "Há outros aeroportos onde, segundo a Infraero, houve aumento de capacidade de mais de 150%. Mas não entendemos como isso aconteceu. Estamos tentando uma reunião com a Infraero para entender isso", afirmou o pesquisador do Ipea.
Campos Neto disse que, mesmo considerando os dados atuais da Infraero e que todos os investimentos previstos sejam realizados até 2014, três aeroportos continuariam enfrentando problemas de capacidade durante a Copa: os de Fortaleza (CE), Natal (RN) e Recife (PE). Isso devido ao aumento da demanda até lá. "Se considerarmos os dados de fevereiro da Anac [Agência Nacional de Aviação Civil], 10 dos 13 aeroportos da Copa continuariam com problemas em 2014", afirmou.
Afonso Pena terá ILS 3, mas não se sabe quando
Três aeroportos do país Cumbica (São Paulo), Galeão (Rio de Janeiro) e o Afonso Pena (na Grande Curitiba) receberão um equipamento com sistema para permitir o pouso de aeronaves em condições meteorológicas adversas e com baixa visibilidade.
Segundo a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), a aquisição dos equipamentos ILS (Instrument Landing System) Categoria 3-A é um investimento do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). Caberá à Infraero a adequação da infraestrutura dos aeroportos para a instalação dos equipamentos.
O ILS 3-A é um instrumento de auxílio à navegação aérea, que permite que aeronaves pousem em condições meteorológicas adversas e com visibilidade de até 300 metros. O ILS 3 do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, já está instalado e em fase de homologação com previsão de funcionamento em setembro. A instalação dos equipamentos dos aeroportos do Galeão e de Curitiba estão em planejamento e ainda não há previsão de quando entrarão em funcionamento.
Capacitação
Segundo a Infraero, para o correto funcionamento do equipamento, as aeronaves também devem ter tal sistema e é necessário que os pilotos estejam capacitados para operá-lo. O investimento está previsto inicialmente apenas para os três aeroportos, segundo a Infraero.
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