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O estacionamento do Afonso Pena está em obras. Faltam licitações para outras | Marco André Lima/Gazeta do Povo
O estacionamento do Afonso Pena está em obras. Faltam licitações para outras| Foto: Marco André Lima/Gazeta do Povo

Atendimento

Companhias terão balcão de reclamação

As companhias aéreas serão obrigadas a montar um balcão de reclamações para receber queixas de passageiros nos aeroportos do país. A determinação é da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que quer dividir com as empresas a responsabilidade de atender usuários insatisfeitos com problemas relacionados a voos. A medida entra em vigor em 60 dias. Hoje, as queixas chegam à Anac pelo telefone 0800-7254445, nos balcões que a agência mantém em Guarulhos e Brasília e nos Juizados Especiais Federais em cinco aeroportos. A nova resolução determina que as empresas montem um guichê de atendimento à parte, em áreas distintas dos balcões de check-in e das lojas, com pessoal treinado para ouvir os problemas e resolvê-los.

As obras de ampliação dos terminais de passageiros de cinco dos 13 aeroportos das cidades brasileiras que vão sediar a Copa de 2014 ainda estão em fase de licitação. Segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), concluído há duas semanas, os aeroportos de Manaus (Amazonas) e Confins (Minas Gerais) estão em fase de licitação para a contratação das obras e os de Campinas (São Paulo), Porto Alegre (Rio Grande do Sul) e Curitiba ainda estão em fase de licitação dos projetos das obras.

"Dificilmente essas obras ficarão prontas a tempo", afirma o coordenador do Ipea, Carlos da Silva Campos Neto, que participou ontem de uma conferência sobre aviação em São Paulo, a Aeroinvest. Outro estudo divulgado pelo Ipea, em abril, dizia que nove aeroportos não ficariam prontos para o Mundial.

O principal problema tem sido o ritmo dos investimentos sob responsabilidade da Em­­presa Brasileira de Infra­es­trutura Aeroportuária (Infra­ero), que nos últimos oito anos conseguiu realizar apenas 44% dos investimentos previstos. "Até junho, esse índice estava ainda menor, em 11%", diz Campos Neto, se referindo a investimentos previstos para este ano.

Diante desse cenário, o consultor Mozart Alemão Mas­carenhas, especializado no setor aeroportuário, diz acreditar que serão cada vez mais usados os terminais provisórios, também chamados de Módulos Ope­racionais Provisórios (MOPs). "Não vai dar para construir metade das obras definitivas previstas até 2014", afirma.

O professor Jorge Eduardo Leal Medeiros, da Universidade de São Paulo (USP), ressaltou que os MOPs são mais utilizados para atender os passageiros durante o processo de embarque, não para desembarque. "Não conheço casos bem-sucedidos de uso de terminais provisórios para desembarques em nenhum lugar do mundo. E nós também temos sérios problemas nas áreas de desembarque dos aeroportos brasileiros."

Investimentos

Se a Infraero continuar realizando os investimentos brasileiros no ritmo atual, até a Copa de 2014 terão sido disponibilizados menos da metade dos investimentos previstos, avalia Campos Neto, do Ipea. "Nesse ritmo, entre 2011 e 2014, a Infraero terá investido apenas R$ 2,3 bilhões dos R$ 5,2 bilhões previstos", disse durante a Ae­­ro­­invest.

Segundo o coordenador do Ipea, de acordo com dados divulgados em agosto pela Infraero, houve aumento na capacidade de alguns terminais de aeroportos brasileiros, como o de Confins, em Belo Horizonte, onde a capacidade teria sido ampliada em 104% desde fevereiro. "Há outros aeroportos onde, segundo a Infraero, houve aumento de capacidade de mais de 150%. Mas não entendemos como isso aconteceu. Estamos tentando uma reunião com a Infraero para entender isso", afirmou o pesquisador do Ipea.

Campos Neto disse que, mesmo considerando os dados atuais da Infraero e que todos os investimentos previstos sejam realizados até 2014, três aeroportos continuariam enfrentando problemas de capacidade durante a Copa: os de Fortaleza (CE), Natal (RN) e Recife (PE). Isso devido ao aumento da demanda até lá. "Se considerarmos os dados de fevereiro da Anac [Agência Nacional de Aviação Civil], 10 dos 13 aeroportos da Copa continuariam com problemas em 2014", afirmou.

Afonso Pena terá ILS 3, mas não se sabe quando

Três aeroportos do país – Cumbica (São Paulo), Galeão (Rio de Janeiro) e o Afonso Pena (na Grande Curitiba) – receberão um equipamento com sistema para permitir o pouso de aeronaves em condições meteorológicas adversas e com baixa visibilidade.

Segundo a Empresa Bra­sileira de Infraestrutura Aero­portuária (Infraero), a aquisição dos equipamentos ILS (Instrument Landing System) Categoria 3-A é um investimento do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (De­­cea). Caberá à Infraero a adequação da infraestrutura dos aeroportos para a instalação dos equipamentos.

O ILS 3-A é um instrumento de auxílio à navegação aérea, que permite que aeronaves pousem em condições meteorológicas adversas e com visibilidade de até 300 metros. O ILS 3 do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, já está instalado e em fase de homologação com previsão de funcionamento em setembro. A instalação dos equipamentos dos aeroportos do Galeão e de Curitiba estão em planejamento e ainda não há previsão de quando entrarão em funcionamento.

Capacitação

Segundo a Infraero, para o correto funcionamento do equipamento, as aeronaves também devem ter tal sistema e é necessário que os pilotos estejam capacitados para operá-lo. O investimento está previsto inicialmente apenas para os três aeroportos, segundo a Infraero.

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