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Depois de ser dominada pelos latino-americanos até as oitavas de final, a Copa começa a ganhar sotaque europeu. O continente classificou quatro das oito seleções para a fase que começa amanhã e terá pelo menos um membro nas semifinais, com chance de abraçar 75% dos candidatos ao título. Além da guinada no mata-mata, o Velho Continente lidera ainda – sem concorrência – entre as ligas com mais representantes nas quartas de final.

A disputa geopolítica é até desleal. Arredondando o número a favor dos campeonatos da Conmebol e Concacaf, apenas dois de cada dez atletas atuam fora da Europa. Ao todo, existem 156 ‘europeus’ entre os 184 jogadores que permanecem no Mundial. Todos, claro, aproveitando a enorme diferença financeira e de relevância das competições.

Latinos

No ranking dos artilheiros, por exemplo, o primeiro nome que defende uma equipe latina é Enner Valencia, do Pachuca, do México. O atacante é o oitavo da lista, com três gols para o eliminado Equador.

Do restante, apenas 26 trabalham no continente de nascimento. Na conta da América do Sul estão sete boleiros que atuam na Argentina, quatro no Brasil e dois na Colômbia – o centroavante Fred é o único que foi titular em todas as quatro partidas.

Na América do Norte e Central, oito defendem times da Costa Rica, quatro jogam na Major League Soccer (liga americana e canadense), além do solitário ‘mexicano’. O colombiano Mondragón e o costarriquense Bolaños estão desempregados no momento.

Ligas nacionais

A Premier League inglesa é a dona do maior poder de atração. São 40 atletas de seis nacionalidades diferentes espalhados por 13 clubes. Depois vem a Bundesliga, o campeonato alemão, com 25 nomes divididos por nove times – só o Bayern de Munique engloba dez.

A medalha de bronze é, contraditoriamente, da desclassificada Itália, que vê seu campeonato perder público, patrocínio e interesse ano a ano: 22 atletas têm a Bota como base.

Se as altas temperaturas registradas ajudaram os latinos a só perderem Honduras e Equador antes das oitavas, a partir de agora a diferença técnica tende a se equilibrar. Cenário totalmente oposto do visto, por exemplo, na última edição disputada nas Américas.

Em 1994, nos EUA, a Europa massacrou os restantes. Só o Brasil, que se sagrou campeão, representava os latinos nesta mesma fase de quartas. E aquele Mundial foi ainda mais quente do que o brasileiro.

Difícil de explicar a Copa das Copas. "As variáveis favorecem os sul-americanos, mas não dá para desmerecer os outros. A Holanda vem jogando muito bem", elogia o argentino Mascherano.

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