Em meio à crise que vive no comando da CBF e do Comitê Organizador da Copa-2014 (COL), Ricardo Teixeira publicou comunicado oficial ontem, no site da confederação, marcando uma assembleia extraordinária na próxima quarta-feira, dia 29, no Rio.
No momento em que se cogitou dar como certa a renúncia do cartola, federações estaduais "rebeldes" chegaram a marcar uma outra reunião, na mesma data, para já discutir a sucessão de Teixeira.
Com a medida de ontem, porém, o movimento foi desmontado. É esperado que o presidente da CBF tire satisfações sobre a articulação da semana passada. E os líderes do levante sejam questionados.
Os principais alvos de Teixeira são Francisco Novelletto (RS), Rubens Lopes (RJ) e Ednaldo Rodrigues (BA).
A assembleia geral terá primeira convocação às 14 horas e vai acontecer na sede da CBF, no bairro da Barra da Tijuca, no Rio.
Fraude
Para aumentar a crise envolvendo o dirigente, em uma ação de improbidade, movida na 5.ª vara da Fazenda Pública do Distrito Federal, o Ministério Público acusa a empresa Ailanto Marketing Ltda, ligada a Ricardo Teixeira, de fraude no contrato de R$ 9 milhões para promover o jogo entre o Brasil e Portugal, em 2008, em Brasília.
Assinado às pressas, sem licitação, o contrato, segundo o MP, está "eivado de vícios" e contém indícios de que houve um pacto para desviar dinheiro público.
O Brasil venceu o amistoso por 6 a 2 e a Ailanto, que ganhou o contrato uma semana antes do jogo, tinha como sócio gerente o empresário espanhol Sandro Rosell, amigo de Ricardo Teixeira e atual presidente do Barcelona. O contrato foi assinado pela sócia brasileira da empresa, Vanessa Almeida Precht.
A Ailanto funcionou vários meses em uma fazenda do presidente da CBF e a polícia encontrou vários cheques de Vanessa depositados na conta dele, segundo notícia publicada no jornal Folha de S. Paulo.
O presidente da CBF, contudo, não figura como réu nessa ação.
Por intermédio de sua assessoria de imprensa, Ricardo Teixeira negou envolvimento nas irregularidades e disse que os direitos do jogo pertenciam à cervejaria Ambev, patrocinadora da seleção e que a CBF não embolsou nada naquele amistoso. Ele insistiu que é inocente nas acusações e enfatizou que se deixar o cargo será por razões pessoais, não devido à série de denúncias.
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