Após derrota do Brasil na Copa, PM registra confusões pela cidade

A partir do intervalo da partida até as 23 horas desta terça-feira (8), no jogo que terminou com a derrota do Brasil por 7 a 1 para a Alemanha na Copa do Mundo, a Polícia Militar registrou nove ocorrências relacionadas de algum modo a futebol na Grande Curitiba. Quatro delas foram por porte e uso de droga na Fan Fest, na Pedreira Paulo Leminski. Houve ainda três relatos de apedrejamento de ônibus atendidos pela PM, no Sítio Cercado, Tatuquara e em Piraquara, região metropolitana. Completam a lista de acontecimentos dois registros de tumultos, na Praça da Espanha, no Bigorrilho, e na Rua Pedro Gusso, na Cidade Industrial.

Nessas ocorrências, um homem terminou preso, suspeito de atear fogo em um dos ônibus. Após o atendimento do caso, o homem, de 23 anos, precisou ser internado em um hospital. Ele teve 45% do corpo queimado, segundo informações da PM. O sujeito, morador do Sítio Cercado, não tem antecedentes criminais, como apurou a polícia.

O sujeito permanece sob custódia da PM no Hospital Evangélico até poder ser levado à delegacia. O hospital informou que o quadro clínico dele nesta manhã era estável, mas, pelo fato de as queimaduras serem de terceiro grau, era considerado grave. Ele precisou ser submetido a uma cirurgia e permanece internado em um quarto da instituição de saúde.

Outros quatro suspeitos foram pegos, mas apenas encaminhados à Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (Demafe). Eles são jovens de 22, 21, 20 e 19 anos e foram flagrados com drogas na Fan Fest. O grupo assinou um Termo Circunstanciado e foi liberado.

Já por volta das 19 horas, centenas de pessoas provocavam tumulto na Praça da Espanha, no Bigorrilho, em Curitiba. De acordo com a PM, cerca de 1,5 mil pessoas estavam no local, mas só algumas provocavam problemas. Policiais tiveram que usar a força para dispersar a multidão e acalmar a situação. Ficaram no local apenas aqueles que estavam em alguns estabelecimentos da região, segundo a PM.

Houve relato de problemas também na região sul da cidade, na Rua Pedro Gusso. Por volta das 18h50, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), a PM foi avisada de que algumas pessoas botaram fogo em pneus. Os policiais foram ao local e o fogo havia acabado.

Apedrejamentos em ônibus

A PM atendeu a três casos de apedrejamento de ônibus, mas a Prefeitura de Curitiba relata ter constatado 21 ônibus apedrejados em toda a cidade. Em um dos casos, um dos motoristas teria inalado fumaça, mas passa bem, conforme a PM. Além disso, houve o caso em que o sujeito suspeito de atear fogo no ônibus se queimou e segue internado sob custódia no Hospital Evangélico.

Em nota, a Prefeitura de Curitiba informou, na manhã desta quarta, que 13ônibus do transporte coletivo de Curitiba "precisaram ser substituídos em razão de atos de vandalismo registrados na noite de terça-feira (8)." No documento, o órgão diz que foram registradas 21 ocorrências e que pelos danos serem pequenos, vários deles puderam ser consertados durante à noite.

Nas contas da prefeitura foram quebrados ou danificados 21 vidros, um para-brisa, três vidros de porta e um equipamento de ventilação de teto. Houve um caso de assalto, por volta das 19 horas, em um ônibus da linha Bairro Novo, próximo à Praça do Semeador, no Bairro Novo, seguido de tentativa de incêndio. Ocorreu ainda, de acordo com a prefeitura, "tentativas de incêndio em outros dois ônibus, no Sítio Cercado (linha Fazenda Rio Grande/Pinheirinho) e em Piraquara (linha Jardim Holandes), com danos em alguns bancos e no painel."

Setransp

O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), em nota, disse que "lamenta que, em episódios recentes, insatisfações diversas resultem em vandalismo contra os ônibus, prejudicando as pessoas de que deles dependem e causando prejuízos à cidade. O sindicato pede aos responsáveis pela segurança pública que tomem medidas para proteger a população e preservar o patrimônio público e privado." O órgão também divulgou um balanço de ônibus danificados, com base em registros feitos pelas empresas. Veja o quadro ao lado.