O "kaiser" do futebol alemão, Franz Beckenbauer, cancelará sua visita à Copa do Mundo, já que considera que não é "bem-vindo na Fifa" após a suspensão de 90 dias que a organização impôs a ele por não cooperar com a investigação sobre a concessão dos Mundiais à Rússia e ao Catar.
"Vou renunciar ao Mundial, parto do princípio de que não serei bem-vindo pela Fifa aí", afirma o presidente de honra do Bayern de Munique em declaração ao jornal "Bild".
A Comissão Ética da Fifa ditou nesta sexta-feira (13) uma suspensão por 90 dias a Beckenbauer, como reação à falta de resposta às investigações conduzidas pelo presidente do órgão, Michael J. Garcia, relacionadas aos mundiais da Rússia e de Moscou.
Garcia havia solicitado uma série de esclarecimentos de Beckenbauer, por causa das informações publicadas na imprensa britânica sobre seus supostos vínculos com os Emirados e com a Gazprom, que poderiam ter influenciado em seu voto de 2010, sendo ainda membro do Comitê Executivo da Fifa.
O "kaiser" não respondeu, o que posteriormente explicou ao mesmo jornal "Bild" com o argumento de que o pedido estava escrito em um inglês jurídico que ele não entendeu e que não tinham conseguido enviar-lhe uma tradução.
Ao popular jornal alemão, ele também negou qualquer envolvimento nos casos de suposta corrupção que Garcia investiga.
Em uma primeira reação ontem, ao canal "Skyp News", Beckenbauer tentou minimizar a questão e respondeu sem hesitar que inicialmente achou que o pedido da Comissão Ética fosse uma brincadeira.
Beckenbauer é uma referência para o futebol alemão, tendo sido campeão do mundo como jogador e técnico, principal responsável do Comitê Organizador da Copa 2006 da Alemanha e membro do comitê executivo de a Fifa até alguns anos atrás.
Atualmente, o alemão conserva um cargo como assessor da Fifa e, em relação ao Bayern, é presidente de honra. O vice-presidente do órgão de decisão da Comissão de Ética, Alan Sullivan, formalizou a suspensão com caráter imediato, embora provisório.
Garcia, ex-promotor americano e investigador interno da Fifa, já avisou na quarta-feira passada, durante o 64º Congresso que a Federação Internacional de Futebol realizou em São Paulo, que estava disposto a propor sanções a aqueles que não cooperassem.
O "Sunday Times" informou no fim de semana passado que alguns dirigentes haviam sido subornados para eleger o Catar e fixou o foco no ex-dirigente catariano Mohammed Bin Hamman, que supostamente teria pagado cerca de US$ 5 milhões a países africanos e asiáticos para que votassem na candidatura de seu país.
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