Assembleia aprova novas regras para o empréstimo
Euclides Lucas Garcia
A Assembleia Legislativa aprovou ontem, em segunda votação, o projeto do governo do estado que amplia os juros e diminui o prazo para que o Atlético, dono da Arena, pague o empréstimo feito com o Palácio Iguaçu a ser usado na reforma do estádio para a Copa. Agora, a proposta precisa passar por mais duas votações antes de ser enviada para a sanção do governador Beto Richa (PSDB).
Pelo projeto, fica alterada a Lei 8.371, de 2010, que autoriza o governo a financiar obras do Mundial por meio do Fundo de Desenvolvimento Econômico (FDE). A proposta prevê mudanças nas taxas de juros, que passarão a ser acrescidas de pelo menos 1,9% ao ano, além da já prevista Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Além disso, eventuais encargos, que antes seriam de 2%, passarão a ser baseados em regulamentos internos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fonte original do dinheiro.
Já em caso de cobrança judicial, a multa será de 10% e não mais 12% do valor total negociado. Por fim, o prazo para pagamento do financiamento cairá de 20 anos para 15 anos, com os mesmos três anos de carência estabelecidos anteriormente.
Potencial
A Câmara Municipal também precisa ajustar a regra para a engenharia financeira da Arena. Tramita na casa a alteração da "Lei do Potencial Construtivo". Por essa, o título imobiliário deixa de ter um teto em dinheiro, deixando a prefeitura à vontade para adequar o valor necessário à obra.
Apesar de tocar as reformas da Arena por conta própria, o Atlético decidiu terceirizar a gestão do calendário de eventos e espetáculos do estádio pós-Copa de 2014. O clube avalia propostas do mercado para definir quem irá operar da praça.
O escolhido, porém, não terá o direito de exploração do novo espaço, garante a diretoria do clube. "O Atlético não abre mão do controle das receitas, mas não entendemos de entretenimento, entendemos de futebol. Por isso, vamos contratar alguém para cuidar dessa parte", assegura o diretor de comunicação e marketing do clube, Mauro Holzmann.
Segundo o dirigente, os serviços prestados pela contratada para promover eventos no novo Joaquim Américo serão pagos pelo Furacão com as receitas geradas por esses projetos.
A pesquisa de mercado e análise de propostas iniciaram no começo deste ano e não há data para divulgar o novo parceiro. Empresas como a AEG e Geo Eventos estão entre as cogitadas, confirma Holzmann. A segunda faz parte do grupo Globo Participações e trouxe o festival musical Lollapalooza para o Brasil.
A AEG é subsidiária da Anschutz Company, que controla mais de 100 estruturas esportivas, em 14 países, entre elas, a Arena O2, um dos locais de prova da Olimpíada de Londres. Na área musical, promove cerca de 3,5 mil apresentações por ano, gerencia o Grammy Awards e as turnês de artistas como Paul McCartney e Black Eyed Peas.
No Brasil, a AEG será responsável pela diversificação da Arena Pernambuco, do Sport, e o novo estádio do Palmeiras, em contratos com as construtoras das respectivas praças esportivas, Odebrech e WTorre. As empreiteiras terão direito de explorar o potencial de negócios por 30 anos. Para lucrar, contrataram a AEG, expert em entretenimento.
"É como se eu fosse dono de um shopping center e contratasse alguém que entende do ramo para tocar o negócio", compara o diretor de negócios da WTorre, Rogério Dezembro.
Responsável pelas reformas na Arena, o Atlético quer ser o contratante da empresa de eventos, sem ter intermediários. Manter essa independência é um dos carros-chefes do discurso do presidente do clube, Mario Celso Petraglia.
"Uma coisa é entregar a exploração, outra é ter um empregado especializado para esse trabalho, que é o que pretendemos", destaca Holzmann.
Colaborou: Antonio Senkovski
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