Concluir a instalação dos assentos é o grande desafio que o Atlético precisa cumprir para que a Arena da Baixada receba, dia 14 de maio, um evento-teste com capacidade total. O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, ficou irritado ao ver que parte das arquibancadas ainda estavam sem cadeiras e incluiu este item na lista de pendências apresentada pelo consultor de estádios da entidade, Roberto Siviero.
"Segundo as regras da Fifa, é preciso um assento, não se pode assistir a um jogo em pé. Já começamos a vender ingressos há bastante tempo em cima de um plano de assentos", afirmou o secretário-geral.
Segundo Valcke, até ontem haviam sido instalados 27 mil assentos. A tradução simultânea acabou reproduzindo em português como se este fosse na verdade o número de cadeiras que faltam, quando na realidade restam cerca de 15 mil a serem colocadas.
Na apresentação para a Fifa, o engenheiro responsável pela obra, Luiz Volpato, apontou um problema técnico na produção dos assentos como o motivo da demora: a quebra em uma máquina usada na fabricação dos modelos.
"É uma máquina que injeta o plástico nas cadeiras. Eram duas e foi comprada uma terceira da Alemanha. As três já estão cuspindo cadeiras diariamente para tirar o atraso", explicou Volpato à Gazeta do Povo. "O plano é até 4 de maio ter todas instaladas. Se algo der errado, ainda temos até dia 13 para concluir o serviço", acrescentou.
O fornecimento de cadeiras é um dos pontos mais polêmicos da reforma da Arena. Em agosto de 2012, o clube fechou, por R$ 12,3 milhões, um contrato para a realização do serviço com a Kango Ltda., empresa do filho do presidente rubro-negro Mario Celso Petraglia. No ano anterior, ao defender para o Conselho o seu modelo financeiro para a obra, o dirigente chegou a afirmar que só venderia cadeiras para o Atlético a preço de custo.
A Kango também é fornecedora da Arena Pantanal, em Cuiabá. A empresa ganhou a concorrência pelo preço de R$ 19,4 milhões para 44 mil assentos. O valor teve abatimento de R$ 1,5 milhão após intervenção do Ministério Público do Mato Grosso, que considerou alto demais o preço contratado em licitação pelo governo estadual. O imbróglio atrasou a produção e o estádio será inaugurado dia 26 de abril com 4 mil assentos por instalar.
A principal preocupação da Fifa com a demora nos assentos é a venda de ingressos. Na Copa das Confederações, a entidade teve de realocar torcedores que compraram ingressos para cadeiras que não existiam na Arena Pernambuco.
Para não repetir o problema na Copa do Mundo, a Fifa reduziu em cerca de 10% a carga de ingressos à venda para Curitiba, São Paulo, Natal e Cuiabá. Após ter o mapa real de assentos, a entidade deve disponibilizar cargas extras.
As dificuldades na Arena e no Itaquerão, somadas à demora na instalação das temporárias no Beira-Rio, em Porto Alegre, fizeram Valcke comemorar o fato de a Rússia, sede da Copa de 2018, ter apenas um estádio particular. "Fica uma lição para a Rússia. No Brasil, os três estádios que mais enfrentaram problemas são privados. Na Rússia, ainda bem, só temos um", afirmou.
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