Na manhã desta terça-feira (17), as marcas do ato contra a Copa do Mundo da Fifa, realizado na tarde de segunda-feira (16) na região central de Curitiba, ainda estavam visíveis nas ruas pelas quais o grupo de cerca de 300 manifestantes passou: agências bancárias do Santander, Itaú e Itaú Personalité ainda tinham placas de madeira cobrindo as fachadas de vidro quebradas; na unidade do HSBC, uma equipe instalava os novos vidros. Apenas a agência da Caixa Econômica Federal, que sofreu o maior número de ataques, conseguiu trocar todos os vidros quebrados ainda na noite de segunda. Os prejuízos ainda não foram calculados.
Motivo maior de preocupação, no entanto, não é o custo da depredação, e sim a possibilidade de recorrência. Funcionários da empresa de vigilância prestadora de serviços para o Itaú relataram ter vivido momentos de apreensão e medo na segunda, dada a agressividade dos manifestantes. "Se eles chegarem a invadir a agência, não sei o que vai ser", disse um deles.
A ação da Polícia Militar (PM) também é questionada por comerciantes da Avenida Marechal Floriano Peixoto, que reclamam da ausência de policiamento na região. Ademir Aparecido Enume e a esposa, Suely, são proprietários de uma pequena papelaria localizada ao lado da agência do HSBC depredada. Eles contam que conseguiram fechar as portas de ferro da loja segundos antes do grupo de manifestantes passar em frente e atacar o banco.
"Foi vandalismo, eles estavam mascarados, com pedras e paus. A sorte foi que conseguimos fechar a porta de ferro a tempo, eles chutaram e jogaram pedras igual. Deu medo porque somos só nós dois. Na verdade, essa Copa não está trazendo nada de bom para os pequenos comerciantes. Temos que fechar antes e ainda corremos risco de perder mercadoria, de ter a loja depredada", lamentou.
Rafaela Almeida, vendedora da ótica ao lado da agência da Caixa Econômica depredada, conta que alguns segundos antes dos manifestantes alcançarem a agência, um motoboy parou em frente à porta da loja e avisou: "Fechem as portas porque o pessoal está vindo e quebrando tudo".
"Nós corremos fechar, mas não deu tempo, só conseguimos baixar duas portas. Nisso os manifestantes já tinham quebrado o banco e passavam por nós. Um deles disse que era para ficar tranquila porque por enquanto eles só queriam bancos", contou, acrescentando que o momento foi de pavor, principalmente porque havia uma cliente com dois filhos pequenos que ficaram muito assustados.
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