No estudo de viabilidade econômica fornecido pelo Atlético ao BNDES, considerado "otimista" pelo relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), a projeção de incremento nas receitas da Arena entre 2012 e 2016 é de 280%. Passaria de cerca de R$ 20 milhões para R$ 75,4 milhões.

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A modalidade "dia de jogo", que engloba sócios, bilheteria e camarotes, seria responsável por 75%. A projeção pressupõe ganho de 3.500 sócios por temporada, nos próximos cinco anos. Desta forma, seria atingido o número de 35.920 associados, gerando receita de R$ 23,2 milhões e configurando um incremento de 148% em relação a 2011 – último ano da Arena antes da reforma. Com bilheteria, a projeção de aumento é de 186%. Em relação aos camarotes e cadeiras premium, de impressionantes 974%, atingindo arrecadação de R$ 20,8 milhões.

O clube também pretende embolsar R$ 4,5 milhões por ano apenas com um contrato de naming rights – empresa que batiza o estádio com o seu nome – similar ao que teve com a japonesa Kyocera entre 2005 e 2008. Para efeito de comparação, a primeira parceria deste tipo a ser fechada por estádios da Copa de 2014 transformou o complexo de Salvador em Itaipava Arena Fonte Nova por R$ 10 milhões anuais.

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O projeto ainda engloba o modelo de sector rights – batismo de setores – e publicidade no placar eletrônico, fontes de arrecadação que atingiriam R$ 2,5 milhões em 2016. O crescimento na receita de merchandising seria dos atuais R$ 2 milhões para R$ 3,5 milhões.

Orçamento nebuloso

O relatório do TCU aponta "falta de controle da relação entre o orçamento previsto e os custos incorridos ao longo do seu andamento". Foi validado pelos ministros da corte no dia 27 de março e ainda trata o custo final do estádio como R$ 184,6 milhões. Coincidentemente, no dia seguinte veio à tona em reportagem da Gazeta do Povo o aumento para R$ 209 milhões.

O Atlético apontou como causas a inflação, a demora do financiamento do BNDES, a prorrogação de nove meses no cronograma das obras, além de custos indiretos como gerenciamento, administração, segurança, limpeza e aluguéis de equipamentos. Porém não detalhou os gastos.

Mesmo o projeto enviado ao BNDES, que serviu de base para o relatório do TCU, está desatualizado. Prova disso é a menção à cobertura de "policarbonato translúcido". Segundo informações recentes, o teto do estádio será de vidro, com custo mais elevado.

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