Fifa vistoria Curitiba e visita a Arena
Uma comissão com integrantes da Fifa e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa estará em Curitiba hoje para uma inspeção operacional. A delegação fica na cidade até o fim da tarde e receberá, em um salão no Parque Barigui, informações sobre os projetos municipais em execução e que visam ao Mundial. Logo depois, visitará à Arena.
Serão analisadas questões práticas relacionadas ao evento, como, por exemplo, onde estarão os raios de segurança em dias de jogos e a localização dos estacionamentos próximos à Arena. O cronograma de obras do estádio do Atlético também será verificado.
A inspeção segue o roteiro de visitas que a Fifa e o COL estão fazendo em cidades que não serão sede da Copa das Confederações, em junho. A delegação já passou por São Paulo e, depois de Curitiba, irá para Porto Alegre, Cuiabá, Manaus e Natal.
O Atlético parece estar com problemas para pagar algumas empresas que prestam serviços às obras na Arena da Baixada. Diante do prejuízo, empreiteiros ameaçam retirar equipamentos e funcionários do local o que pode atrasar ainda mais os trabalhos de adequação que visam à Copa de 2014.
Ontem foi iniciada a contagem regressiva dos 500 dias para a abertura do Mundial.
A reportagem conversou com gerentes e proprietários de seis empresas que estão envolvidas na reforma do estádio. Todos confirmam as pendências, dizem que o problema não está restrito a eles e reclamam da situação.
"Começamos na obra no início do ano passado, mas não recebemos desde o último mês de julho. Meu prejuízo já chega perto de R$ 1 milhão. Se nada acontecer nos próximos dias, vamos nos manifestar", alerta um dos proprietários responsável pela locação de máquinas para a obra. O empresário assim como os demais não quis se identificar.
Os relatos dão conta de que os trabalhos na Arena não chegaram a ser paralisados, no entanto, a falta de pagamentos e recursos para as empresas prejudicou o andamento.
"Já houve situação em que representantes do Atlético foram reclamar porque máquinas estavam paradas. Os funcionários tiveram de explicar que simplesmente estavam sem diesel e não tinham recebido dinheiro para abastecer", conta outro empreiteiro.
O Atlético teria prometido quitar parte das dívidas nesta semana. A justificativa é de que os compromissos não puderam ser cumpridos por causa da demora em receber a primeira parcela, de R$ 26.233.600,00, liberada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O processo para receber a quantia dependia da aprovação do aumento do montante recebido pelo clube em títulos de potencial construtivo de R$ 90 milhões para R$ 123,6 milhões. Isso foi efetivado na Câmara Municipal em 21 de dezembro.
Depois de cumprida esta etapa, no último dia 14, a CAP S/A sociedade de propósito específico criada para gerir as obras na Arena anunciou que recebeu os recursos via Fomento Paraná.
Duas semanas depois, porém, as empresas envolvidas na reforma do estádio continuam sem receber. "Eles dizem que não é tão simples, mas já cansei de procurá-los e ficar na mão. Os funcionários querem o dinheiro no fim do mês, nós pagamos os encargos e precisamos receber", cobra o dono de outra empresa.
O secretário municipal da Copa, Reginaldo Cordeiro, e o representante do Estado para os assuntos do Mundial, Mario Celso Cunha, dizem não saber dos atrasos e passam a responsabilidade para o Atlético.
"Isso é um problema da diretoria do clube, que tem de aplicar os recursos", declara Cunha. "Só sabemos que houve a liberação da parcela do BNDES. Só depende do Atlético aplicar. O dinheiro está à disposição", reforça Cordeiro.
A reportagem enviou três e-mails para o Atlético e também tentou o contato telefônico, mas não obteve resposta.
FiscalizaçãoValcke lamenta atrasos nos estádios da Copa, mas evita críticas
Agência Estado
O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, lamentou ontem que todos os estádios relacionados para a Copa das Confederações tenham atrasado as obras e adiado o prazo de inauguração previsto. Mas ponderou que o novo prazo ainda dá tempo suficiente para a competição se realizar com êxito.
"Eu preferia que os prazos fossem cumpridos e [os estádios] entregues em dezembro de 2012, como previsto, mas, enfim, as cidades precisaram desse tempo adicional. O que não é possível é atrasar além desse limite", alertou o dirigente, que deu a declaração após inspecionar ontem as obras do Estádio Nacional de Brasília, palco da abertura da Copa das Confederações, em 15 de junho.
Valcke lembrou que, após a inauguração das arenas, ainda é preciso um cuidadoso trabalho de testes de todos os itens, relacionados à segurança, operacionalidade e funcionamento dos equipamentos e serviços. Ele fez a inspeção em companhia do ministro do Esporte, Aldo Rebelo; do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz; e do presidente do Comitê Organizador Local (COL) da Copa, José Maria Marín.