Em virtude dos atrasos nos pagamentos, o andamento das obras da Arena acabou prejudicado| Foto: André Rodrigues/ Gazeta do Povo

Fifa vistoria Curitiba e visita a Arena

Uma comissão com integrantes da Fifa e do Comitê Or­­ga­­nizador Local (COL) da Copa estará em Curitiba hoje para uma inspeção operacional. A delegação fica na cidade até o fim da tarde e receberá, em um salão no Parque Barigui, informações sobre os projetos municipais em execução e que visam ao Mundial. Logo depois, visitará à Arena.

Serão analisadas questões práticas relacionadas ao evento, como, por exemplo, onde estarão os raios de segurança em dias de jogos e a localização dos estacionamentos próximos à Arena. O cronograma de obras do estádio do Atlético também será verificado.

A inspeção segue o roteiro de visitas que a Fifa e o COL es­­tão fazendo em cidades que não serão sede da Copa das Confederações, em junho. A delegação já passou por São Paulo e, depois de Curitiba, irá para Porto Alegre, Cuiabá, Manaus e Natal.

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O Atlético parece estar com problemas para pagar algumas empresas que prestam serviços às obras na Arena da Baixada. Diante do prejuí­zo, empreiteiros ameaçam retirar equipamentos e funcionários do local – o que pode atrasar ainda mais os trabalhos de adequação que visam à Copa de 2014.

Ontem foi iniciada a contagem regressiva dos 500 dias para a abertura do Mundial.

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A reportagem conversou com gerentes e proprietários de seis empresas que estão envolvidas na reforma do estádio. Todos confirmam as pendências, dizem que o problema não está restrito a eles e reclamam da situação.

"Começamos na obra no início do ano passado, mas não recebemos desde o último mês de julho. Meu prejuízo já chega perto de R$ 1 milhão. Se nada acontecer nos próximos dias, vamos nos manifestar", alerta um dos proprietários responsável pela locação de máquinas para a obra. O empresário – assim como os demais – não quis se identificar.

Os relatos dão conta de que os trabalhos na Arena não chegaram a ser paralisados, no entanto, a falta de pagamentos e recursos para as empresas prejudicou o andamento.

"Já houve situação em que representantes do Atlético foram reclamar porque máquinas estavam paradas. Os funcionários tiveram de explicar que simplesmente estavam sem diesel e não tinham recebido dinheiro para abastecer", conta outro empreiteiro.

O Atlético teria prometi­do quitar parte das dívidas nesta semana. A justificativa é de que os compromissos não puderam ser cumpridos por causa da demora em receber a primeira parcela, de R$ 26.233.600,00, liberada pelo Banco Nacional de De­­senvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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O processo para receber a quantia dependia da aprovação do aumento do montante recebido pelo clube em títulos de potencial construtivo – de R$ 90 milhões para R$ 123,6 milhões. Isso foi efetivado na Câmara Municipal em 21 de dezembro.

Depois de cumprida esta etapa, no último dia 14, a CAP S/A – sociedade de propósito específico criada para gerir as obras na Arena – anunciou que recebeu os recursos via Fomento Paraná.

Duas semanas depois, porém, as empresas envolvidas na reforma do estádio continuam sem receber. "Eles dizem que não é tão simples, mas já cansei de procurá-los e ficar na mão. Os funcionários querem o dinheiro no fim do mês, nós pagamos os encargos e precisamos receber", cobra o dono de outra empresa.

O secretário municipal da Copa, Reginaldo Cordeiro, e o representante do Estado para os assuntos do Mundial, Mario Celso Cunha, dizem não saber dos atrasos e passam a responsabilidade para o Atlético.

"Isso é um problema da diretoria do clube, que tem de aplicar os recursos", declara Cunha. "Só sabemos que houve a liberação da parcela do BNDES. Só depende do Atlético aplicar. O dinheiro está à disposição", reforça Cordeiro.

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A reportagem enviou três e-mails para o Atlético e também tentou o contato telefônico, mas não obteve resposta.

FiscalizaçãoValcke lamenta atrasos nos estádios da Copa, mas evita críticas

Agência Estado

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, lamentou ontem que todos os estádios relacionados para a Copa das Confederações tenham atrasado as obras e adiado o prazo de inauguração previsto. Mas ponderou que o novo prazo ainda dá tempo suficiente para a competição se realizar com êxito.

"Eu preferia que os prazos fossem cumpridos e [os estádios] entregues em dezembro de 2012, como previsto, mas, enfim, as cidades precisaram desse tempo adicional. O que não é possível é atrasar além desse limite", alertou o dirigente, que deu a declaração após inspecionar ontem as obras do Estádio Nacional de Brasília, palco da abertura da Copa das Confederações, em 15 de junho.

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Valcke lembrou que, após a inauguração das arenas, ainda é preciso um cuidadoso trabalho de testes de todos os itens, relacionados à segurança, operacionalidade e funcionamento dos equipamentos e serviços. Ele fez a inspeção em companhia do ministro do Esporte, Aldo Rebelo; do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz; e do presidente do Comitê Organizador Local (COL) da Copa, José Maria Marín.