Má impressão
Turistas estrangeiros prestam muita atenção na limpeza
A falta de cuidado com a limpeza pública aparece como uma das principais reprimendas de turistas estrangeiros. No Estudo da Demanda Turística no Brasil, elaborado pelo governo federal, a limpeza é o terceiro quesito com mais avaliações negativas (20% dos entrevistados), atrás apenas de telecomunicações (25%) e sinalização turística (24%).
Dario Paixão, presidente do Curitiba Convention & Visitors Bureau e coordenador de Turismo e Gastronomia da Universidade Positivo, avalia que a limpeza é uma mensagem de boas-vindas aos visitantes. "A primeira impressão de quem chega por via área será o visual do aeroporto. Na maioria das vezes, os sanitários têm boas condições, mas por vezes estão em manutenção, o que prejudica um pouco a imagem", analisa.
Depois da pista, do estacionamento e das pontes de embarque, o banheiro dos aeroportos também entrou na lista das preocupações para a Copa do Mundo de 2014. Ontem, uma consultoria em gestão e uso da água divulgou um relatório sobre a qualidade dos sanitários em 15 terminais brasileiros localizados nas cidades-sedes do evento esportivo. O documento aponta problemas gerais e faz o diagnóstico de cada aeroporto. De acordo com o ranking elaborado, o banheiro do Afonso Pena, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, aparece na 11.ª colocação, com nota 5,58. O mais bem colocado é o de Congonhas, em São Paulo, com média 7,33. As notas foram atribuídas a partir de três quesitos: ambiental, que avalia a economia no uso da água; manutenção, que verifica se não há aparelhos com defeito; e limpeza, que checa os cuidados com a higiene.
No Afonso Pena, o relatório aponta demora na manutenção de aparelhos com problemas, limpeza abaixo do ideal e número de privadas, mictórios e torneiras em quantidade insuficiente na área de desembarque, o que provoca filas para uso em horários de maior movimento.
Para o coordenador do levantamento, Paulo Costa, o objetivo do trabalho é servir como estímulo para que os gestores públicos dediquem esforços à modernização das instalações sanitárias dos aeroportos. "Pagamos uma das taxas de embarque mais altas do mundo e os serviços prestados não são condizentes com esse valor", diz.
Uma das principais sugestões de melhoria presentes na conclusão da pesquisa é a implantação de aparelhos padronizados e ajustados para ter baixo consumo de água. Outro avanço possível é a instalação de sensores de presença em descargas e torneiras, aumentando a higiene para o usuário.
O Afonso Pena tem 48 sanitários, sendo dez com acessibilidade para pessoas com deficiência. A média de uso é de 7,5 pessoas por minuto, a 10.ª mais alta entre os terminais pesquisados.
A Superintendência Regional do Sul da Infraero, responsável pela administração dos aeroportos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, informou que iria se manifestar sobre a análise da consultoria somente hoje.
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