A Copa da Alemanha virou exemplo de organização para a Fifa. Em termos de infraestrutura, os germânicos deram um show. Se algum setor é passível de crítica, na minha opinião, é o de hotelaria: alguns estabelecimentos não estavam preparados para receber tantos estrangeiros.
Fora o fato de o atendimento ser pouco simpático e de faltarem profissionais minimamente interessados em se comunicar em outros idiomas (como o português e o espanhol), muitas vezes as informações desencontradas criavam saias-justas de toda ordem. O pior de tudo, entretanto, é ter turistas percebendo que o sumiço de bens de dentro de seus quartos. Situações que poderiam ocorrer em todo o mundo, mas que se não tiram o brilho do torneio tampouco podem ser ignoradas.
Pelo lado positivo, há de se destacar principalmente dois pontos. O primeiro, os estádios. Mesmo os mais antigos, como o Olímpico de Berlim e o de Dortmund permitiam amplo conforto e visão privilegiada do campo. Isso sem falar dos espetaculares estádios de Frankfurt e Munique o Allianz Arena, especialmente, é uma obra-prima da arquitetura moderna.
O transporte foi outro aspecto de tirar o chapéu. Ir de uma cidade a outra, até mesmo atravessando o país, era muito fácil. Havia trens pontuais, seguros e aconchegantes para todos os cantos. Dava até para pegar o trem errado e consertar o trajeto em um terminal mais adiante. Quem optava pelo carro também não podia reclamar: as estradas estavam perfeitas.
Em termos de bola rolando, o torneio valeu por Zidane. Um jogador de estilo clássico, que jogava de cabeça erguida e capaz de lances surpreendentes assim como assombrou a todos cabeceando Materazzi na final contra a Itália. Uma despedida melancólica para um dos mestres do futebol-arte.
Tecnicamente, o Mundial foi fraco, ninguém mereceu a taça. Destaco, porém, o que a França fez diante do mal treinado selecionado brasileiro. Não me lembro de ter visto uma equipe atuar de maneira tão perfeita taticamente para anular um rival como fizeram os Azuis nas quartas de final. Gordos, Ronaldo e Adriano ajudaram a afundar os pentacampeões.
Sandro Gabardo participou da cobertura da Copa do Mundo da Alemanha 2006 e atualmente é editor-adjunto da Gazeta do Povo.
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