O advogado José Massih, braço direito do franco-argelino Lamine Fofana no Brasil, disse à polícia o primeiro nome do membro da Fifa que seria o líder da grandiosa quadrilha de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo que, só no Mundial do Brasil, pretendia lucrar R$ 200 milhões. Segundo o delegado responsável pela investigação, Fábio Barucke, da 18ª DP (Praça da Bandeira), o advogado, preso em São Paulo na operação Jules Rimet e transferido nesta quarta-feira para o Rio, quer sua liberdade (por meio da delação premiada) para revelar mais detalhes do líder da quadrilha.
A polícia já sabia que havia alguém acima de Lamine Fofana na quadrilha: um integrante da Fifa, homem. Barucke, que não quis revelar o nome informado pelo braço direito de Fofana, afirmou, em coletiva de imprensa, que o integrante da Fifa é estrangeiro (ainda não se sabe a nacionalidade) e está ou estava hospedado no hotel Copacabana Palace, onde está reunida toda a cúpula da Fifa, como o presidente da entidade, Joseph Blatter.
O delegado informou que vai passar à Fifa as informações colhidas no depoimento de Massih para que a entidade possa ajudar na identificação do chefe do esquema. "O inquérito vinha de forma sigilosa. A partir de agora, que deflagramos a operação, vamos pedir ajuda à Fifa para que possam entender a investigação e nos ajudar; e também de alguma forma rever essa distribuição de ingressos", afirmou o titular da 18ª DP.
O delegado confirmou também que a Match, única empresa autorizada pela Fifa para venda de pacotes de ingressos e camarotes, está sob investigação. Há, além do membro da Fifa, também um integrante da Match no esquema, de acordo com Barucke.
A Match é subsidiária da empresa Infront, que tem como um dos principais acionistas Phillip Blatter, sobrinho do cartola. Na semana passada, a reportagem presenciou um café da manhã entre o tio e o sobrinho à beira da piscina do Copacabana Palace, a sede da Fifa no Brasil.
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