Paralisação
Aeroviários do Rio amanhecem em greve de 24 horas
Da Redação
Os aeroviários que trabalham nos três aeroportos do Rio de Janeiro Galeão, Santos Dumont e Jacarepaguá entraram em greve à 0 h desta quinta-feira. A paralisação de 24 horas foi decretada pelo Sindicato Municipal dos Aeroviários do Rio de Janeiro, que reúne emissores de passagens aéreas, agentes de carga e agentes operacionais de rampa. A categoria quer reajuste salarial que varia de 5,58% a 12%, dependendo da função, entre outros benefícios.
De acordo com a entidade, a negociação com os patrões se arrasta há nove meses, sem sucesso. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou nota afirmando que as empresas aéreas possuem planos de contingência elaborados para o período do torneio.
Mesmo assim, torcedores que planejam chegar a São Paulo para o jogo de abertura entre Brasil e Croácia, via Rio de Janeiro, devem encontrar problemas. Porém, caso a paralisação seja encerrada no fim do dia de hoje, nenhuma seleção será afetada, pois o primeiro jogo na cidade está marcado para o domingo, entre Argentina e Bósnia.
São Paulo
Os metroviários paulistas descartaram paralisar a circulação dos trens durante o dia de hoje, conforme previsto inicialmente. Em assembleia realizada na noite de ontem, os trabalhadores decidiram suspender a greve, mas farão uma manifestação contra as 42 demissões feitas pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB). Os protestos vão pedir a revogação das demissões de funcionários acusados de atos de vandalismo durante a greve. O Ministério Público do Trabalho (MPT) cobrou do Metrô justificativa para cada desligamento.
Pouco antes da assembleia, a audiência de conciliação entre a empresa e o Sindicato dos Metroviários terminou sem acordo no Ministério Público do Trabalho (MPT). A categoria ameaça novas paralisações ainda durante o Mundial.
77% das obras em aeroportos das 12 cidades-sede não foram concluídas. Segundo o Portal Transparência, 23 das 38 interverções ainda estão sendo executadas. Entre as obras entregues, que somam R$ 1,6 bilhão, estão os aeroportos da Pampulha, em Belo Horizonte, e de Brasília, cujas obras de modernização não se mostraram suficiente para suportar recentes temporais que alagaram as novas instalações. Em Cumbica, que servirá aos torcedores da Arena Corinthians, um novo terminal de embarque foi entregue.
A Copa do Mundo chegou, mas a propagada de transformação do Brasil ainda não deu as caras. Sete anos após o anúncio de que o país seria a sede do evento e quatro anos após a publicação da Matriz de Responsabilidade, apenas oito das 60 intervenções de mobilidade urbana prometidas foram concluídas no prazo. Já os estádios estão prontos, graças a financiamentos públicos a perder de vista, fato que passa longe da promessa do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira de que essa seria a Copa da iniciativa privada.
INFOGRÁFICO: Confira o percentual de obras concluídas e incompletas
Dos R$ 14 bilhões previstos inicialmente na Matriz de Responsabilidade para mobilidade urbana, os projetos entregues antes da Copa somam R$ 531 milhões, de acordo com dados do Portal da Transparência. Com o estouro de orçamentos e prazos, apenas 38 das 60 intervenções foram mantidas no PAC da Copa. Juntas, elas somam R$ 7 bilhões dos quais 63% já estão contratados, o que na prática garante a entrega. Nessa lista entra o Veículo Leve sobre Pneus (VLT) de Cuiabá, obra que atingiu 50% e ficará escondida por tapumes durante o Mundial.
As intervenções que não foram concluídas a tempo continuarão financiadas no PAC da Copa graças a uma resolução do Senado de março de 2013. O texto excluiu dos limites de endividamento obras de mobilidade mesmo as que não foram entregues para o torneio, desde que elas tenham começado até o dia 30 deste mês.
As obras que não começarem nesse prazo deverão buscar novas linhas de financiamento, caso do corredor metropolitano de Curitiba. Os 79 km de vias que ligariam sete municípios da Região Metropolitana foram orçados inicialmente em R$ 130 milhões valor cinco vezes menor do que o calculado pelo último projeto da obra.
O cenário de atrasos na entrega do legado ajuda a explicar a polarização do apoio popular sobre a Copa, que foi vendida aos brasileiros em 2007 como uma oportunidade de transformação do país. Levantamento divulgado ontem pelo Paraná Pesquisas mostra que 49,8% dos curitibanos reprovam a realização da Copa na cidade índice semelhante ao verificado nas demais cidades-sede.
A presidente Dilma Rousseff, inclusive, mudou o tom dos seus discursos sobre o Mundial no decorrer da preparação, deixando a exaltação do legado de lado para exaltar a força do futebol nacional.
Para Daniel Ferreira, especialista em Direito Público, criou-se uma expectativa mais alta do que se poderia entregar e esse cenário não é exclusivo da Copa do Mundo. "O país ainda não consegue cumprir planos curtos, imagine para um evento deste tamanho. Chegaram a mudar a lei para atender a essa demanda específica, com a criação do RDC [Regime Diferenciado de Contratação], mas isso apenas ressaltou a incapacidade dos entes públicos."
Curitiba garante R$ 280 mi, mas abre mão de R$ 1 bi
Entre as 12 cidades-sede, Curitiba é a com a maior quantidade de projetos da Matriz de Responsabilidades concluídos antes da Copa do Mundo. No total, o município entregou cinco projetos que somam mais de R$ 280 milhões além do investimento de mais de R$ 44 milhões no entorno da Arena, entre obras de infraestrutura e de estruturas complementares. Porém, a região de Curitiba deixou de receber investimentos na ordem de R$ 1 bilhão. Esse valor é puxado pelo projeto de R$ 700 milhões do Corredor Metropolitano, obra do governo estadual orçada inicialmente em R$ 130 milhões. Nessa conta também entram projetos da Avenida Cândido de Abreu e do Terminal Santa Cândida, que, apesar de ter sido mantido na Matriz, não será entregue neste mês. Outras obras chegaram a ser prometidas, mas não foram incluídas, como o Anel Viário Norte e a ciclovia da Avenida Visconde de Guarapuava.
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