Confira a entrevista com Mario Celso Cunha, secretário estadual para Assuntos da Copa

Como o sr. analisou a repercussão do seu depoimento ao conselho do Atlético?

Eu nunca falei em calote, em não pagar dívida. Sugeri que amanhã ou depois poderia acontecer um perdão da dívida, porque o Lula era o presidente na época e perdoou R$ 1 bilhão de dívida de vários países, com Cuba, Nicarágua e Cabo Verde. Usei como argumento para a diretoria assinar o compromisso, porque eles não queriam a Copa em Curitiba. Mas não falei que era certo. Agora como secretário, eu sei das exigências do BNDES, que possui regras severas.

O sr. está se sentindo ameaçado no cargo?

Jamais, estou tranquilo. Não tenho essa preocupação. Minha seriedade, meus 30 anos de vida pública... Não tem porque temer nada. Falei como conselheiro do Atlético, não como secretário, nem vereador. Não é comprometedor. Não menti, não falei em calote. O que está no vídeo é uma suposição, que pode ou não acontecer. Dar calote para mim é crime, nunca falaria.

Mas chegou a ter uma conversa com o governador?

Não conversei. Viajei hoje [ontem] para Brasília para uma séria de reuniões no Ministério do Esporte e preferi nem incomodar o Beto com uma besteira dessa, uma coisa de dois anos atrás. Mas vários deputados e colegas de governo me ligaram dando apoio porque viram que não tinha nada de mais.

E com o ministro do Esporte, Aldo Rebelo? Chegou a repercutir esta história em Brasília?

Não, terei uma reunião com o Ministro apenas amanhã [hoje] de manhã com as outras 11 cidades sedes da Copa.

O deputado estadual Tadeu Veneri (PT) fez um pronunciamento na sessão de ontem da Assembleia Legislativa pedindo explicações...

Não, ele me ligou de manhã e falou que iria fazer um pedido de informações, mas deixou claro que não ia mexer comigo, porque sabia que eu não falei em não pagar. Estou me colocando à disposição para esclarecer. Tenho certeza de que partiu de dentro do próprio Atlético. Desde a hora que apoiei o Petraglia na última elei­­ção ganhei um monte de ini­­mi­­gos.

O senhor fará algum pronunciamento oficial sobre o episódio?

Não, estou explicando para quem me liga. Me jogaram contra a torcida do Coritiba e do Paraná, prejudicaram minha imagem, mas quem lê a matéria ou vê o vídeo perce­­­­be que não tem nada de mais.