Contra tudo e todos

A impressão de integrantes do Comitê Popular da Copa em Curitiba é de que as manifestações terão um caráter ainda mais difuso neste ano. "A tendência vai ser essa. As bandeiras dos manifestantes estão esparsas", comenta uma representante do Comitê, que preferiu não ser identificada. Ela informou também que o Comitê estuda a criação de um evento paralelo à Copa, um campeonato de futebol de rua para qualquer pessoa que quiser se inscrever. A competição ainda não foi confirmada. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) informou, por meio de assessoria de imprensa, que não marcou ainda nenhuma manifestação para o período do Mundial. A entidade tem participado das últimas manifestações na cidade.

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A seis dias para o início da Copa do Mundo no Brasil, Curitiba já tem a primeira grande manifestação marcada. No dia 16, data do jogo entre Irã e Nigéria – primeira partida do evento na cidade – a Boca Maldita, tradicional ponto político da capital paranaense, deve receber manifestantes que condenam a homofobia nos dois países. Tanto a nação africana quanto o polêmico país do Oriente Médio, são regidos pela Sharia, a lei islâmica que penaliza o homossexualismo com a morte.

Segundo o Grupo Digni­­dade, um dos organizadores da manifestação, o protesto também chama atenção para a homofobia na Argélia, que inclui em sua legislação a pena de prisão para gays, e na Rússia, onde são proibidas propagandas de orientações sexuais não convencionais.

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Até quarta-fei­­ra, segun­­do o diretor do Grupo Dig­­nidade, Toni Reis, havia 900 pessoas confirmadas no protesto. Os manifestantes devem se reunir por volta das 10h30. "É um protesto contra homofobia no mundo", disse Reis.

Segundo ele, a intenção é realizar uma manifestação pacífica. A manifestação, no entanto, pode extra­­polar a manhã do dia 16 e se misturar com outra, marcada para mesma data, às 14 h. Um segundo mo­­vi­­mento, coordenado pelo coletivo "Não vai ter Copa PR", agendou o evento pelo Facebook para o mesmo local.

A página do evento na rede social já registra 1,8 mil presenças na manifestação. Cartazes com o mote do protesto "Se não tiver direitos, não vai ter Copa" já estão espalhados pelos postes do calçadão da Rua XV.