A realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil terá um impacto positivo de 1,5 ponto percentual no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil nos próximos três anos, com criação de ao menos 250 mil empregos diretos em diferentes setores da economia, segundo estimativa apresentada nesta quinta-feira num evento oficial da Fifa.
Em um estudo sobre os impactos econômicos da realização do primeiro Mundial no país desde a Copa de 1950, o economista-chefe do Itaú Unibanco, Illan Goldfajn, disse que os investimentos públicos e privados para o evento vão alavancar o PIB e abrirão caminho para uma expansão ainda maior da economia brasileira no longo prazo.
"O impacto direto dos gastos, tanto na infraestrutura quanto os gastos do setor privado, dá um 1 por cento do PIB, e o resto vem do efeito da multiplicação. Quando um investimento é feito para a Copa tem o efeito de se multiplicar na economia", disse Goldfajn em entrevista coletiva na Marina da Glória, onde acontecerá no sábado o sorteio das eliminatórias da Copa do Mundo - primeiro grande evento do Mundial do Brasil.
O governo federal tem orçamento previsto de 20,6 bilhões de dólares em investimentos nos estádios, aeroportos, infraestrutura de transportes e comunicações, entre outras áreas ligadas diretamente ao Mundial. Os investimentos privados se concentram no setor turístico, principalmente construção de novos hoteis.
O Banco Central estima crescimento de 4 por cento no PIB neste ano. Para o ano que vem, pesquisa realizada pelo BC junto ao mercado financeiro, aponta crescimento de 4,1 por cento. No ano passado a economia brasileira expandiu-se 7,5 por cento.
A melhoria da infraestrutura brasileira como um todo será importante para o Brasil ter margem de crescimento e combater a inflação nos anos seguintes à realização do Mundial, segundo Goldfajn.
"Os investimentos em infraestrutura no futuro nos ajudam a aliviar a restrição. Hoje é gasto, mas lá na frente se você tem um aeroporto maior, estradas melhores, isso significa que você tem capacidade de crescer mais", afirmou.
O investimento total no Brasil, incluindo os setores público e privado, será de 23 por cento do PIB em 2014, disse.
Para o setor turístico, tradicionalmente um dos mais beneficiados pela realização de grandes eventos esportivos num país, a previsão do economista é que o Brasil receba 3 milhões a mais de turistas na Copa do Mundo, que trarão consigo 3 bilhões de dólares adicionais.
"Na África do Sul houve aumento de 25 por cento do turismo. Se você incluir isso no Brasil, significa que você terá 3 milhões a mais de turistas no Brasil e eles vão gastar mais 3 bilhões de dólares", disse.
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