7 de nove produtos típicos de um bom churrasco para acompanhar os jogos da Copa no Brasil subiram acima da inflação no período pesquisado, que foi de 30,38%. Apenas milho para pipoca (29,75%) e azeitona em conserva (25,50%) tiveram uma alta inferior ao Índice de Preços ao Consumidor (IPC).
60% é a alta acumulada do item cerveja e chope desde a Copa da África do Sul. É o terceiro produto que ficou mais caro em nove pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). E a bebida deve ficar mais cara a partir de setembro, quando entrará em vigor o reajuste tributário que foi adiado pelo governo federal na última terça-feira.
Carne, salsicha, pipoca e cerveja. Os ingredientes, ideais para um churrasco nos dias de jogos do Brasil durante a Copa do Mundo, têm tudo para se tornarem os vilões da inflação durante o torneio, que começa no próximo mês. Levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), revela que os produtos chegam às vésperas do Mundial com os preços em alta. Entre janeiro de 2010, quando ocorreu a Copa na África do Sul, e abril deste ano, sete dos nove produtos, típicos de festas em dias de jogos, apresentaram avanço superior ao Índice de Preços ao Consumidor (IPC), de 30,38%.
O destaque, revela André Braz, economista do Ibre/FGV, fica por conta do item cerveja e chope, que acumula alta de 60,02% nos últimos quatro anos e que terá novo aumento a partir de setembro. Em segundo lugar, aparece o grupo salsicha e salsichão, com avanço de 58,98%. Na terceira posição estão as carnes bovinas, com variação de 51,35%. Refrigerantes (44,13%) e linguiça (38,81%) também ganham destaque quando o assunto é preço alto.
"Cada produto tem uma demanda específica. No caso das cervejas, houve aumento de impostos e maior pressão sobre as matérias-primas, assim como os maiores impostos de refrigerantes. No caso das carnes bovinas e, em consequência, as salsichas e salsichões, por serem carnes processadas, houve uma série de motivos, como encarecimento de ração, maiores exportações e alta no custo da mão de obra nos últimos anos. Isso tudo influenciou os preços", explicou Braz.
Por outro lado, o item milho para pipoca chega nesta Copa com alta inferior ao IPC, com avanço acumulado de 29,75%. Entre os petiscos durante a partida, a azeitona em conserva teve o menor aumento: 25,5%. "Houve uma grande safra de milho e isso ajudou o preço a subir menos. Já a azeitona não é um produto muito consumido no país. Por isso, o impacto no preço não é tão grande."
Pressão
O consumidor deve se preparar para mais aumentos durante a Copa, quando a demanda por diversos produtos será maior que a oferta, pressionando os preços. Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Partners, lista uma série de itens que terão alta no preço. "Além dos alimentos, a maior pressão virá dos serviços em geral, como hotéis, aluguel e eventos. A Copa vai ser o fator-chave para que os serviços tenham uma alta entre 8% e 9% durante este ano no IPCA (do IBGE)", disse.
Os economistas destacam ainda a alimentação fora do lar, que já está em alta e deve subir ainda mais. Nos últimos doze meses, segundo o IPCA, o grupo acumula alta de 10%. "A Copa vai ser como o preço do coco na praia durante o verão. O consumidor precisa se preparar para isso", comparou Braz.
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