Reação
Operação especial na Copa preocupa sindicato dos aeronautas
Agência Estado
O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) apresentou ontem uma notificação às empresas aéreas para que seja detalhado o plano das companhias para a operação dos voos especiais abertos durante o período da Copa do Mundo. Os tripulantes das aeronaves temem medidas como a revogação de férias e cursos de treinamentos previamente agendados para otimizar a operação dos voos durante o período. Aeroviários e controladores de voo também manifestaram preocupação com sobrecarga de funcionários para atender à ampliação dos voos.
"Imaginamos que as empresas vão buscar otimizar ao máximo o aproveitamento da mão de obra disponível, suprimindo os horários em que ficamos em solo aguardando novos voos, além de férias e cursos de reciclagem programados", completa o sindicato. Os aeronautas só podem ter jornadas de até 11 horas por dia, considerando apenas o período em que estão embarcados. Normalmente, entre os voos, as equipes chegam a ficar até três horas em solo à espera de novo embarque, o que deverá ser suprimido no período.
1.000 funcionários temporários serão contratados pela TAM durante a Copa do Mundo de 2014, principalmente para as áreas de call center e aeroportos. As vagas também serão distribuídas no gerenciamento de escala especial, aeronaves reserva, tripulação, manutenção, além de orientação e informações aos passageiros.
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) estima que a demanda doméstica por transporte aéreo crescerá 7,4% em 2014, superior à evolução de 6,5% reportada para o ano passado. Porém, mesmo com as projeções de crescimento e a autorização de quase 2 mil novos voos pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para o período da Copa do Mundo, a entidade aponta que durante o evento esportivo a tendência é de que haja uma redução da demanda.
Para a oferta, o prognóstico é de manutenção do volume dos voos, mesmo com a ampliação temporária da malha aérea. O presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, afirmou ontem que a a entrada desses novos trechos não surte muito efeito porque é compensada pela retirada de outros mais usados por executivos e que não ocorrerão entre junho e julho.
"O que a experiência nos mostra das Copas da África, Alemanha e Londres [Olimpíada] é de redução no tráfego aéreo. Aqui, 70% ou 75% do trafego cotidiano é corporativo. Esse passageiro tende a diminuir drasticamente no período da Copa. Em parte isso é substituído pelo trafego do evento. Em parte", frisou Sanovicz.
O presidente da Abear lembrou ainda que, apesar de a demanda recuar durante o Mundial, a tendência é que as viagens internacionais ao Brasil aumentem após a competição. "Quando a experiência durante a Copa foi positiva, as viagens se elevaram depois", disse.
Resultado
Em 2013, a demanda por voos domésticos cresceu 6,5%, sendo que as principais companhias aéreas nacionais, que formam a Abear (TAM, Gol, Azul e Avianca) transportaram juntas 77,4 milhões de passageiros.
A oferta de assentos teve expansão mais modesta, de 2%. Segundo Sanovicz, esse comportamento está relacionado às dificuldades que as empresas sentiram ao longo do ano passado. "Foi um ano difícil, com alta do custo de combustível e do dólar, o que levou as companhias a uma maior disciplina da oferta", comentou. A TAM respondeu por 40,16% do mercado, enquanto a Gol ficou com 35,63%. O grupo Azul/Trip deteve 17,01% e a Avianca, 7,2%.
No mercado internacional, no qual atualmente só operam TAM e Gol, o número de passageiros pagantes transportados caiu 18,8%, para 4,6 milhões de pessoas. Segundo a Abear, a desvalorização do real encareceu o plano de viagem de muitas pessoas, desestimulando viagens ao exterior.
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