Aumento progressivo
Veja passo a passo como cresceu o orçamento da Arena em quatro anos:
1. Até o início de 2009, o Atlético esperava gastar R$ 69 milhões para completar a Arena. A adequação ao caderno de encargos da Fifa, porém, ampliou os custos para R$ 135 milhões.
2. O Atlético pressionou governo e prefeitura para obter ajuda. Segundo o presidente à época, Marcos Malucelli, o clube só teria como pagar R$ 45 milhões 1/3 do orçamento. Ele se negou a pegar um empréstimo temendo pôr em risco o futuro do clube.
3. O poder público começou a estudar meios legais de contribuir. A primeira tentativa foi um projeto que previa R$ 40 milhões via Copel em troca de dar nome ao estádio. Ele ruiu antes de ser votado.
4. Outra opção foi ceder ao clube títulos de potencial construtivo, no valor de R$ 90 milhões. A ideia era usá-los como garantia em empréstimo do BNDES.
5. Ficou combinado, então, que o clube usaria o potencial construtivo para pagar uma construtora. Além disso, seria garantia para um empréstimo no Fundo de Desenvolvimento do Estado.
6. Orçamento atualizado em maio de 2011 elevou o custo para R$ 220 milhões.
7. Em julho de 2011, propostas de duas construtoras foram rejeitadas em prol da apresentada por Mario Celso Petraglia. Com a isenção de impostos, ele prometia erguer o estádio por R$ 184 milhões.
8. Apenas em março de 2012 o clube divulgou a engenharia financeira detalhada. O potencial construtivo, o CT do Caju e futuros recebíveis do estádio são garantias para empréstimo de R$ 131 milhões do BNDES.
9. Em dezembro a Câmara de Vereadores aumentou o valor do repasse do potencial de R$ 90 mi para R$ 123 mi.
10. Novo aumento: R$ 209 milhões. O impacto financeiro foi causado pela inclusão da cobertura retrátil de vidro. O poder público garante que não vai bancar o reajuste.
O custo de conclusão da Arena subiu de R$ 184,6 milhões para R$ 209 milhões, um acréscimo de 13,2%. A última revisão do cronograma físico-financeiro apontou um plus no orçamento, puxado em especial pelo teto retrátil incluído no projeto.
O reajuste teria sido informado à prefeitura de Curitiba e foi confirmado ontem pela Agência Fomento Paraná, autarquia do estado, responsável por intermediar o empréstimo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Orçada em R$ 135 milhões em 2009, a adequação do estádio rubro-negro, que receberá quatro jogos da Copa do Mundo, está agora 54,8% mais cara em relação ao preço inicial.
O principal motivo seria a instalação da nova cobertura, única entre os estádios do Mundial de 2014. Inicialmente projetada em policarbonato, a estrutura foi trocada por vidro. Além de ser mais caro, o material (mais pesado) exigiu reforço estrutural, impactando no valor da obra.
Procurado pela reportagem, o clube preferiu não se pronunciar.
De acordo com representantes do governo e do município, o reajuste caberá exclusivamente ao clube, pois o teto não constava no primeiro projeto. A responsabilidade é prevista no convênio tripartite assinado para reformar o estádio quem der causa a um custo extra terá de arcar.
Em agosto, quando anunciou "a tampa do Caldeirão", nas suas palavras, Mario Celso Petraglia garantiu que a estrutura seria paga pelo clube. Segundo a reportagem apurou, a solução poderia estar agora em uma parceria com a Copel, que já foi ventilada com uma possível produção energética no estádio, ou um contrato de naming rights.
Em maio de 2011, os valores na reforma da Arena já haviam subido. À época, exigências da Fifa encareceram em R$ 29 milhões o custo. O restante do aumento decorreu da elevação de preços da construção civil, mais R$ 56 milhões.
O total chegou a R$ 220 milhões, porém, com o abatimento de impostos, o custo ficou em R$ 184,6 milhões, número considerado até ontem.
Desse total anterior, R$ 131,5 milhões (75%) correspondem ao financiamento do BNDES. A instituição financeira já liberou R$ 26 milhões ao clube e finaliza o processo para emitir a segunda parcela, no total de R$ 32 milhões.
Os 25% restantes no valor da obra (R$ 53,1 milhões) foram divididos, em partes iguais, pelo clube, pela prefeitura de Curitiba e pelo governo estadual. Os recursos advindos do poder público foram viabilizados por meio de títulos de potencial construtivo, cujo primeiro lote deve ser colocado no mercado até 30 de abril.
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