O governo do Mato Grosso está prestes a contrair um empréstimo de R$ 120 milhões na Caixa Econômica Federal (CEF) para terminar as obras da Arena Pantanal, em Cuiabá, que receberá quatro partidas da Copa do Mundo de 2014. Pela primeira vez nos financiamentos de estádios para o evento da Fifa, os recursos sairiam da linha usada pelo banco para financiar obras de contrapartida do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O governo do Mato Grosso vai usar o dinheiro para pagar as empresas que venceram as duas últimas licitações para obras na Arena Pantanal. O consórcio CLE, formado pela Canal Livre Comércio e Serviços Limitada e Etel Engenharia Montagens e Automações, vai receber R$ 98,3 milhões para implementar a área de tecnologia de informação (TI). A Kango Brasil que tem como sócio Mario Celso Keinert Petraglia, filho do presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia -, receberá R$ 19,4 milhões para colocar os assentos e o mobiliário esportivo. Tanto o CLE quanto a Etel foram contratados por meio do Regime Diferenciado de Contratações (RDC).
O montante que o Estado do Mato Grosso espera obter com a Caixa está previsto, segundo informações da secretaria da Copa do governo estadual, no orçamento de R$ 537 milhões para levantar a Arena Pantanal. A maior parte, ou R$ 440 milhões, saiu dos cofres estaduais para a construtora Mendes Júnior, responsável pelas obras.
Segundo informou o Ministério do Planejamento por meio de sua assessoria, os recursos da linha de financiamento C-PAC, solicitados pelo Mato Grosso à Caixa, não são oriundos do Orçamento Geral da União, mas do caixa do banco. Essa linha é normalmente usada para financiar pequenas obras de estados e municípios para complementar obras do PAC como hidrelétricas, rodovias e aeroportos.
A Caixa informou, por meio de nota, que a operação está em estudo desde 28 de maio, quando o governo de Mato Grosso fez o pedido no banco. "Os parâmetros a serem utilizados na análise estão em fase de definição", afirmou a instituição financeira.
De acordo com a Secretaria da Copa do Mato Grosso, o governo estadual tem recursos próprios para honrar esses pagamentos, mas optou pelo financiamento, dada as condições de crédito.