Depois da paralisação de três dias na reforma do Mineirão, ocorrida no mês passado, outra obra visando a Copa do Mundo de 2014 em Belo Horizonte enfrenta problemas com greve de operários. Cerca de 180 trabalhadores envolvidos na implantação do sistema BRT (Bus Rapid Transit) nas avenidas Antônio Carlos e Pedro I, na região da Pampulha, na capital mineira, iniciaram uma paralisação na segunda-feira. Nesta terça, em assembleia, eles decidiram manter a greve por tempo indeterminado.

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"Foi mantida a greve. Não recebemos proposta e estamos aguardando a manifestação das empresas", disse Osmir Venuto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Construção Civil de Belo Horizonte e Região (Sticbh).

A obra de implantação do BRT é uma das oito intervenções que estão previstas na capital mineira para enfrentar o gargalo da mobilidade urbana. Ao todo, de acordo com o Comitê Executivo Municipal da Copa do Mundo, estão programados investimentos da ordem de R$ 1,023 bilhão no conjunto de obras, necessárias para melhorar o fluxo de trânsito e o transporte dos torcedores durante o Mundial de 2014.

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Os operários da obras nas avenidas querem receber os mesmos ganhos alcançados pelos empregados que fazem a reforma do Mineirão: aumento de salário de 4%, pagamento de 100% das horas extras, pagamento de 100% sobre as horas extras, cesta básica de 30 quilos e participação nos lucros, além de melhores condições de trabalho.

O consórcio responsável pela obra, formado pelas construtoras Cowan e Delta, criou uma comissão interna para avaliar a greve e ainda estudava nesta terça-feira uma proposta para apresentar ao sindicato.

"Estamos estudando todas essas reivindicações que nos foram apresentadas para saber que solução poderemos oferecer", disse Kenner de Oliveira, gerente administrativo da Cowan. Segundo ele a greve deflagrada na segunda-feira não causou surpresa. "Aconteceu no Mineirão e a gente tinha receio que acontecesse aqui... Mas faz parte", resignou-se.