Luiz Felipe Scolari inicia, hoje, uma operação relâmpago de seis treinos em quatro dias. A missão é resgatar o legado da Copa das Confederações, perdido nos dois primeiros jogos do Brasil no Mundial de 2014. E deve custar a posição de pelo menos um jogador que se apresentou em Teresópolis, em maio, como titular.
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A insatisfação de Felipão é visível. Embora tenha declarado, após o empate com o México, que o time está evoluindo, o trabalho do treinador tem sido pontuado por broncas nos jogadores. Foi assim com o posicionamento defensivo nas bolas altas, a falta de pressão sobre o adversário e o descuido nas laterais. Apenas a primeira deficiência teve resposta positiva. "Não tiveram uma chance pelo alto", disse, orgulhoso, o zagueiro David Luiz, após ele e Thiago Silva neutralizarem o perigoso jogo aéreo mexicano.
Restam duas dores de cabeça. Na Copa das Confederações, o Brasil fez 6 de 14 gols nos 15 minutos iniciais de cada tempo. Resultado de uma pressão inicial empurrada pela torcida e refletida em uma sucessão de desarmes e faltas que encurralava o adversário. Na Copa essa arma ainda não foi usada. Em média, a seleção desarma (17 a 18) e bate (9 a 21,6) menos no torneio Fifa de 2014 do que no de 2013.
Robert Kovac e Miguel Herrera formaram sólidas linhas de croatas e mexicanos, respectivamente, que mantiveram o Brasil longe do gol no início da partida. Felipão admitiu surpresa com o antídoto encontrado pelos adversários.
Sem estar perto do gol, a seleção não consegue explorar as arrancadas em velocidade de seus jogadores, especialidade de Ramires, escalado em Fortaleza. Sobra o passe longo. Na Copa das Confederações, foram 439 passes e 45 bolas esticadas por jogo. Agora, são 417 passes e 50 esticadas, quase sempre pelos zagueiros. Exceto o lançamento de Thiago Silva para Fred no amistoso contra a Sérvia, a estratégia tem dado errado. Melhor opção para esse tipo de jogada, Hernanes está no banco. Ainda assim, para que essa ou qualquer outra tática de ataque funcione, o Brasil precisará corrigir outra falha.
As partidas contra Itália e Espanha, na Copa das Confederações, apresentaram um desenho perfeito, com todos os setores próximos e bem distribuídos. Neste Mundial, a equipe teve buracos. Até Neymar, que decidiu vários jogos em 2013 pela esquerda, transferiu seu escritório para o meio, onde é marcado mais facilmente. "Vamos fazer um trabalho para que tenhamos oportunidades de ganhar com Neymar, ele mais ou menos marcado", prometeu Felipão. Um trabalho que passa por mudanças. "O time é esse com algumas variações e entradas de um ou outro jogador. Pode ser que eu tenha outra substituição para iniciar contra Camarões", avisou.
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