O plano do governo do Mato Grosso de finalizar as obras da Arena Pantanal com recursos de uma linha de crédito da Caixa Econômica Federal usada para financiar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) terminou nesta quinta-feira (18). Por 15 dias, o governo estadual alimentou a ideia de que o banco liberaria os R$ 120 milhões que serviriam para pagar as empresas que venceram as licitações para obras de informática e colocação dos assentos e mobiliário no estádio. Mas isso foi negado.
O governo do Mato Grosso fez um pedido de empréstimo de R$ 120 milhões da linha C-PAC, usada normalmente para financiar pequenas obras de estados e municípios feitas como "contrapartida" dos investimentos federais. Por exemplo: o governo federal levanta uma hidrelétrica, por meio do PAC, e o município contrata a linha C-PAC para construir uma pequena rodovia de acesso.
Por meio de nota, divulgada nesta quinta-feira, a Caixa negou que o dinheiro será emprestado. "Não há nenhuma operação de crédito para estádio de futebol, via operação de crédito na linha C-PAC em curso na Caixa. Esta linha atende somente operações do PAC. Estádio de futebol não se enquadra no PAC", diz o banco.
O comunicado termina informando que a operação foi negada: "No caso do Mato Grosso, o estado propôs à Caixa uma operação em linha de crédito com recursos da própria Caixa, que não foi contratada".
Dois dias antes, quando procurado pela reportagem, o banco afirmara que a inédita operação solicitada pelo governo do Mato Grosso estava em análise na área de crédito.
A secretaria de Copa do Mato Grosso, responsável pelas ações que envolvem a Arena Pantanal, afirmou que o governo estadual dispõe de recursos para honrar os pagamentos. O consórcio CLE, formado pela Canal Livre Comércio e Serviços Limitada e Etel Engenharia Montagens e Automações, vai receber R$ 98,3 milhões para implementar a área de tecnologia de informação do estádio. A Kango Brasil receberá R$ 19,4 milhões para colocar os assentos e mobiliário esportivo.
A Arena Pantanal, em Cuiabá, é um dos 12 estádios brasileiros construídos ou reformados para a Copa de 2014. Com orçamento de R$ 519,4 milhões, o estádio terá capacidade para 44 mil torcedores e deve ficar pronto até o final do ano - o último balanço apontou 73,7% das obras concluídas. No Mundial, receberá quatro jogos, todos da primeira fase.