Um grupo de estudantes, trabalhadores da educação e dos Correios invadiu as obras da Arena Pantanal, em Cuiabá, durante visita do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, do diretor do Comitê Organizador Local (COL), Ricardo Trade, e do ministro do Esporte, Aldo Rebelo. Os manifestantes picharam a parte interna do estádio com os dizeres: "Copa pra quê" e "- (menos) Copa + (mais) Educação".
O grupo gritava palavras de ordem contra os visitantes: "Essa Copa é um assalto". Antes de chegarem ao local, os professores realizaram um panelaço em uma das obras visitadas por Valcke, o viaduto da Sefaz, que integra o pacote de obras de mobilidade urbana. A visita do secretário estava marcada para 8h30, mas foi prorrogada por causa das manifestações e só aconteceu por volta das 9h40. A agenda dos visitantes foi totalmente alterada.
Na passagem pela Arena Pantanal, Valcke disse que não há a menor possibilidade de Cuiabá deixar de receber a Copa de 2014. "Não há mais como retirar alguma cidade da programação agora. Programamos uma Copa do Mundo com 12 cidades e teremos as 12", afirmou.
Ele disse ainda que está satisfeito com as explicações recebidas da equipe técnica do Consórcio responsável pelas obras, prestadas em reunião no gabinete do governador.
Aldo Rebelo revelou pessimismo com relação à conclusão do VLT (veículo leve sobre trilhos). O ministro disse acreditar que vai ficar pronta apenas uma parte importante da obra, a que fará a ligação dos pontos essenciais do aeroporto, setor hoteleiro e estádio.
Os professores da rede estadual em Mato Grosso estão em greve há quase dois meses. A Justiça já determinou o retorno de 50% da categoria à escolas, mas a ordem não foi atendida. Durante entrevista coletiva, o secretário-geral da Fifa disse que as pessoas têm direito de protestar, mas "as manifestações não devem ser contra outras categorias". "Tem trabalhadores e operários que estão trabalhando feito loucos e temos de respeitar o trabalho deles", enfatizou.
O governador Silval Barbosa (PMDB) disse que tem feito "o possível e o quase impossível" para atender as reivindicações.