A Arena da Baixada é uma das obras para a Copa do Mundo 2014, mas parte da população duvida que fique pronta até o torneio| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

Arena divide entrevistados

A demora no início das obras de conclusão da Arena já deixa a população em dúvidas quanto ao tempo hábil para finalizar o estádio a tempo de utilizá-lo na Copa do Mundo 2014. O levantamento feito pela Paraná Pesquisas mostra um empate técnico entre aqueles que confiam que a Baixada ficará pronta para o evento da Fifa – são 47,9% dos entrevistados – e aqueles que dão como certo que o local não será concluído dentro do prazo – resposta de 44,2% dos participantes da enquete."Foram muitos adiamentos da fase de conclusão da Arena e isso compromete a opinião pública. Deixa as pessoas inseguras", afirmou o secretário estadual para Assuntos da Copa, Mario Celso Cunha, que também é conselheiro do clube.Para dar o pontapé inicial no trabalho dos operários e amenizar a desconfiança, o cronograma do Atlético segue pelo menos até o fim do mês, mas teve seu processo burocrático encurtado nesta semana. A construtora Triunfo anunciou por meio de uma carta sua desistência de participar da concorrência com a empresa OAS pelo direito de finalizar a casa rubro-negra. Com isso, a reunião do dia 15, na qual seriam analisados os dois projetos, foi cancelada. A proposta única será encaminhada para votação do conselho no dia 25.

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Apoio dos curitibanos em relação à realização da Copa na capital caiu. Veja pesquisa
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O apoio popular à realização da Copa do Mundo 2014 em Curitiba esfriou. Pior: a rejeição à participação do município como subsede do torneio simplesmente triplicou em menos de um ano.

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Esse desinteresse em abrigar a competição é o principal resultado obtido em uma consulta feita na capital paranaense pelo instituto Paraná Pesquisas entre os dias 27 e 29 de junho (ver gráfico nesta página).

Atualmente, 66,5% dos moradores de Curitiba que responderam à pergunta apoiam a vinda do torneio da Fifa à cidade. Esses dados mostram uma brusca queda em relação a um estudo similar promovido no início de setembro de 2010, quando 84,3% dos moradores ouvidos indicaram concordar em ter os jogos do Mundial no município.

A morosidade no início das obras por todo o país – em Curitiba nada saiu do papel ainda –, a polêmica flexibilização das licitações aprovada pelo Congresso Nacional, que agiliza o processo de construção das melhorias ao mesmo tempo em que dificulta a fiscalização, além do constante aumento das despesas públicas com a preparação para o evento podem ter pesado nessa mudança de postura.

Reportagem publicada no domingo pela Gazeta do Povo mostrou que o poder público irá bancar pelo menos 78% dos estádios e 98,6% de todas as benfeitorias visando à Copa no país.Diante dessa avalanche de fatores negativos, 30,9% dos 570 entrevistados disseram ser contrários à realização do torneio na capital paranaense. Um salto considerável, já que na pesquisa anterior esse número era de apenas 9,8% dos 480 interpelados.

"A gente sente essa onda negativa. Há um linchamento em nível nacional dizendo que está tudo errado e tudo demorado. Isso pode influenciar a quem não está bem informado", falou o secretario estadual para Assuntos da Copa, Mario Celso Cunha.

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O secretário admitiu que a organização do Mundial no país tem merecido críticas, especialmente pelo atraso no início das obras e pelo sigilo que o governo federal quer impor nas licitações públicas. Mesmo assim, considerou os problemas supervalorizados. "Criou-se uma histeria. Vejo com tristeza essa negatividade, mas como uma opinião pessoal de cada um. Daremos a resposta no Mundial", bradou.

A principal consequência desse pessimismo latente, para Cunha, é o prejuízo na imagem do país. "A África do Sul perdeu cerca de 600 mil visitantes por causa desse mesmo linchamento. Isso passa para o turista. É preocupante", finalizou.

A reportagem entrou em contato com o secretário de Curitiba para a Copa 2014, Luiz de Carvalho, mas ele afirmou que estava em reunião e que não poderia comentar o assunto sem ter a pesquisa em mãos. No Atlético, dono do estádio, ninguém foi encontrado para comentar o assunto.