CPI
Os depoimentos do presidente da Fomento Paraná, Juraci Barbosa, e do secretário municipal da Copa, Luiz de Carvalho, na CPI sobre as obras da Arena para o Mundial de 2014, marcados para ontem na Assembleia Legislativa, foram adiados para 2013. Em função das sessões extras realizadas após o expediente para votar pautas em aberto antes do fim de ano, o presidente da comissão, Fábio Camargo, foi obrigado a remarcar a reunião, uma vez que o regulamento da casa não permite a realização de eventos paralelos.
As sete obras de responsabilidade municipal para o Mundial de 2014 em Curitiba estão atrasadas. É o que diz o Grupo de Trabalho do Ministério Público para a Copa, formado por integrantes do MP federal, estadual e do Tribunal de Contas do Paraná (TC-PR). A posição foi anunciada ontem, após reunião que envolvia ainda as secretarias municipal e estadual da Copa e o presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia.
A análise foi fundamentada nos relatórios do TC-PR o órgão indicou em outubro que todas as 12 obras no estado para o torneio da Fifa estão fora do prazo , e reforça a preocupação com a preparação da cidade para o evento.
O secretário municipal de assuntos da Copa, Luiz de Carvalho, que enviou o procurador municipal Silvio Brambila em seu lugar no encontro, contestou a afirmação. "O MP e o TC-PR têm o método deles de aferir sobre essas questões. Respeito, mas nosso cronograma de entrega de obras é dezembro de 2013. Pode ter algum atraso, mas não muito", defende. O grupo analisou o conjunto de benfeitorias municipais, destacando que duas obras estão paralisadas em função de projetos não aprovados e falta de recursos a construção da Linha Verde Sul e a reforma da Av. Marechal Floriano Peixoto.
O valor de R$ 107 milhões para o Viaduto Estaiado, na Avenida das Torres, foi outro ponto criticado. "O valor é absurdo, levando-se em conta que se pretende construir apenas um viaduto. Essa fortuna poderia ser muito melhor empregada em benefício de toda a população", afirma a procuradora regional dos Direitos do Cidadão do MPF, Antonia Lélia Neves Sanches.
O documento sinaliza também atrasos na Arena em razão de a Lei 13.620/10, que trata da cessão do potencial construtivo ao Atlético ainda não ter sido aprovada pela Câmara dos Vereadores será votado na sexta-feira , o que impede o BNDES de liberar os recursos. Hoje, a Comissão de Legislação, Justiça e Redação da Câmara vai apresentar emendas ao texto explicitando as contrapartidas devidas pelo Atlético pela benesse. Elas não envolvem espaço físico no estádio para uso público ou garantias financeiras.
Segundo o novo texto, que vai a votação amanhã, o clube precisará se envolver mais com a sociedade, deixando à disposição as escolinhas de futebol e abrindo a Arena para visitação. Além disso, o município poderá usar a praça esportiva em três dias do ano.
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