Das 14 obras de mobilidade urbana previstas para Curitiba visando ao Mundial 2014, incluindo intervenções no Aeroporto Internacional Afonso Pena, metade será concluída somente a partir do segundo semestre de 2013.
Apesar de os órgãos responsáveis e o governo federal garantirem que não haverá atrasos, entidades do setor alertam para o risco de obras inadequadas e custos desnecessários devido ao cronograma apertado.
Uma das obras de maior porte, inclusive, a do corredor metropolitano, que se estenderá ao longo de 79 quilômetros, de Colombo a Araucária, está prevista para ser concluída somente em abril de 2014, a dois meses do evento.
Outras cinco obras (veja infográfico nesta página) devem ficar prontas em dezembro de 2013. Atualmente, das 14 intervenções, apenas duas estão efetivamente em execução, no Aeroporto Afonso Pena.
Para o diretor do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR) e coordenador do curso de Engenharia Civil da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Joel Krüger, o principal risco não está ligado a atrasos, mas sim ao custo das obras.
Segundo ele, o histórico recente de intervenções públicas que acabaram custando muito mais do que o previsto, como nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, mostra que é preciso atenção e fiscalização criteriosa dos órgãos de controle em relação à Copa.
"Na hora em que se faz a obra muito rapidamente e se atropelam etapas, executando os serviços sem um projeto executivo e tomando decisões durante essa execução, surge o risco de custos muito acima do previsto", afirma Krüger. "E, nesse cenário, a própria fiscalização da obra fica comprometida, devido a um cronograma que é atropelado."
Em Curitiba, a próxima obra a sair do papel deve ser a da extensão da Linha Verde Sul, sob responsabilidade do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).
Das 12 obras que ainda não foram iniciadas no município, esta é a única atualmente em que a licitação para execução já está ocorrendo.
Controle
O presidente em exercício do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (Crea/PR), André Luís Gonçalves, diz que a fiscalização do órgão, em parceria com outras entidades, deve ser reforçada a partir do momento em que as obras efetivamente saírem do papel.
Apesar do Crea/PR não se posicionar quanto ao cronograma previsto, Gonçalves reconhece que o cenário, tanto em Curitiba quanto nas outras cidades-sede do Mundial de 2014, suscita preocupações. "Os cronogramas precisam ser cumpridos, e a impressão que se tem é que eles estão se estendendo. Aí, multiplicam-se os gastos porque as obras precisam ser feitas a toque de caixa", cobra o presidente do Crea/PR.
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