Depois de serem paralisadas na semana passada por causa da queda do guindaste que matou dois operários na última quarta-feira, as obras do Itaquerão foram retomadas nesta segunda. Por causa do grave acidente, 30% da área do prédio leste do estádio segue interditada, mas Jair Paca de Lima, coordenador da Defesa Civil de São Paulo, prevê que esta parte do canteiro de obras deverá ser liberada em breve.
Lima foi ao estádio pela manhã desta segunda-feira para acompanhar o reinício das obras e o trabalho de perícia que segue sendo realizado no Itaquerão, onde estão sendo apuradas as causas da tragédia ocorrida no local marcado para receber a abertura da Copa do Mundo de 2014 e outros jogos da competição.
"O ritmo das obras voltará ao normal mais rápido do que o esperado, só será necessário retirar os materiais para retomar os trabalhos", disse Lima, otimista, mas ao mesmo tempo evitando fixar um prazo para liberação da área interditada, pois isso depende também da apresentação de documentações obrigatórios por parte do Corinthians e da Odebrecht, construtora responsável pela obra.
"Em todas outras áreas do estádio o trabalho já voltou ao normal hoje, mas a parte interditada continuará parada por tempo ainda indeterminado", avisou o coordenador da Defesa Civil.
As obras no Itaquerão foram retomadas na manhã desta segunda-feira logo após a realização de uma missa, que começou por volta das 7h40 e durou cerca de meia hora, período em que foram feitas orações em homenagem aos operários Fábio Luiz Pereira, de 42 anos, e Ronaldo Oliveira dos Santos, de 44, mortos na última quarta-feira. Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians e nomeado responsável do clube pela construção do estádio, esteve presente na cerimônia.
Dois carros da polícia científica estiveram pela manhã no Itaquerão para dar prosseguimento aos trabalhos de perícia no local, onde a maior parte das obras atualmente se concentra no interior do estádio.
Operador
O operador de guindaste que causou o acidente nas obras do Itaquerão na quarta-feira passada deve prestar depoimento à polícia até a próxima semana. A queda do guindaste matou dois operários que trabalhavam na construção da arena que receberá o jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014.
"O depoimento do operador é extremamente importante para entendermos o que passou no acidente, isso deve acontecer entre sete a dez dias", disse o delegado Luiz Antônio da Cruz, da 65ª DP, responsável pelo caso. O delegado não quis confirmar o nome do operador, que ainda não se apresentou porque está abalado emocionalmente com o acidente.
O futuro depoimento do operador será somado a outros já obtidos pelo delegado nas obras do estádio. Os testemunhos receberão ainda o acréscimo das informações contidas na caixa preta do guindaste. Como acontece nos aviões, a caixa preta consiste em um HD que registra todas as informações operacionais do veículo, no caso o guindaste.
A caixa preta será enviada para a Alemanha, onde fica localizada a fábrica do guindaste. A polícia deve aguardar o resultado desta análise para emitir o laudo da morte dos dois operários.
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