Manifestantes protestam contra a licitação a portas fechadas para a concessão do Maracanã à iniciativa privada| Foto: Sergio Moraes/ Reuters

Protesto

Licitação pode parar nos tribunais

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A entrega das propostas só foi adiante ontem porque o governo conseguiu derrubar, ainda de madrugada, uma liminar que impedia, a pedido do Ministério Público, a licitação. O MP acusa o estado de favorecer a IMX, pois a empresa foi contratada para estabelecer os parâmetros da concorrência. Além disso, o MP é contra a demolição das arenas de natação e atletismo. Durante o evento, o deputado estadual Marcelo Freixo (Psol) prometeu pedir na Justi­ça o cancelamento da disputa. "A licitação, por lei, deve ser aberta ao público", explicou, se referindo à proibição da entrada de manifestantes. Apenas uma comissão com quatro elementos seria permitida, mas os protestantes rejeitaram a proposta. "Não poderia permitir que pessoas que vieram aqui para fazer baderna entrassem", rebateu o secretário da Casa Civil, Régis Fichtner.

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Um consórcio formado pela Odebrecht, que já atua na reforma do Maracanã, e pela empresa do bilionário Eike Batista IMX, que fez o estudo de viabilidade econômica do estádio, está entre os dois grupos que oficia­­lizaram, ontem, o interesse em participar da concessão da arena à iniciativa privada. O processo vem sendo marcado por polêmicas e protestos – nesta quinta-feira, manifestantes fecharam a rua e atrasaram o início do evento em 1h22.

Junto com a IMX e a Ode­­brecht está a AEG, empresa que administra diversas arenas esportivas ao redor do mundo e que no Brasil tem acordos para administrar a Arena Pernambuco, também da Copa, e a nova arena do Palmeiras, que está em construção. A parceria é denominada Maracanã S.A.

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O outro grupo interessado na concessão do Maracanã, chamado de Complexo Esportivo e Cultural do Rio é formado pela construtora OAS junto com as empresas Stadium Amsterdam (responsável pela Amsterdam Arena) e o grupo de mídia francês Lagardère, informou o governo do estado, proprietário do complexo esportivo.

O vencedor da disputa será conhecido nos próximos dias, após a análise das propostas técnica e financeira e das garantias apresentadas.

Antes, a comissão de licitação vai julgar as garantias apresentadas pelos consórcios. O resultado – se ambos estão habilitados a concorrer – será divulgado no Diário Oficial do Estado.

O ganhador da disputa vai explorar o complexo do Maracanã, que além do estádio inclui o ginásio Maracanãzinho, por 35 anos. "São dois concorrentes muito fortes, empresas brasileiras com estrangeiras experientes na administração de arenas no exterior. Estamos satisfeitos", disse o chefe da Casa Civil do estado, Régis Fichtner.

"Vamos analisar as propostas e numa próxima sessão vamos anunciar o vencedor." Vinte e uma empresas acessaram os dados da licitação, mas só os dois grupos apresentaram proposta.

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O vencedor da licitação terá de demolir o parque aquático Júlio Delamare e o estádio de atletismo Célio de Barros para a construção de um novo complexo multiuso que incluirá lojas, bares, restaurantes e um estacionamento nos arredores do estádio.

Também ficará a cargo do ganhador a construção de um novo parque aquático e um centro de atletismo nas redondezas do comple­­xo. O investimento para completar as obras é de quase R$ 600 milhões.

Os clubes de futebol do Rio não participaram da licitação, mas o consórcio terá de se associar a um ou mais times da cidade, desde que não seja um contrato de exclusividade.