O Castelão recebeu uma grande festa ontem, em Fortaleza. O anfitrião Brasil só participou. Convidados, os mexicanos não se acanharam. Dentro e fora de campo, tomaram conta e nem avisaram. Por fim, comemoraram no melhor estilo "mi casa su casa". Mesmo em número bem menor, foram eles quem mais cantaram, gritaram e pularam. Também xingaram, ensinaram e confraternizaram. Celebração regada a muita tequila e que não será esquecida nem após a pior das ressacas.
"Importante demais conseguir empatar com o Brasil, aqui no Brasil. Incrível", vibrou o torcedor Luis Basabe, que viu a partida com a família, assim como quase todos os 8.115 mexicanos que compraram ingresso para o jogo. "Nos sentimos em casa", emendou Norberto Gomez.
A torcida verde e vermelha foi reforçada por boa parte dos 3.515 americanos que vieram ao estádio, já que vários têm ascendência latina. Mesmo assim, o número não chega a 25% da quantidade de brasileiros no estádio a torcida nacional tinha nas mãos 47.286 tíquetes, segundo a Secretaria de Turismo do Ceará.
A gigantesca diferença acentua o impacto da torcida no resultado. Ao mesmo tempo em que se integraram com os brasileiros, os chicanos abafaram os cânticos caseiros em diversos momentos, inclusive as vaias ao final. Cielito lindo foi entoado mais alto do que o mecânico Sou brasileiro, com muito orgulho. Até olé rolou por parte dos visitantes. Apenas o hino nacional brasileiro teve mais volume.
Nas arquibancadas, clima amistoso com direito a rodadas de tequila para os anfitriões. O destilado saía de um cantil de escoteiro por dez segundos, cada um deles contado longamente em alto e bom som pelos latinos.
O xingamento ao goleiro no momento do tiro de meta, tradicional no país da América do Norte, foi copiado e Ochoa, craque do jogo, virou alvo. Puto, bradavam os brasileiros a cada chutão do arqueiro, em uma clara mostra da rendição à sonora e barulhenta invasão mexicana.
"Inevitável a gente não escutar", falou Thiago Silva. "Mas com certeza o Brasil vai ter mais público apoiando do que contra", completou o capitão, relativizando a ajuda dos rivais. "Ajudaram muitíssimo", cravou o capitão mexicano Rafa Márquez. "Mesmo sendo visitante, o público respondeu muito bem, cantando e nos apoiando. O jogador sente tudo isso e se entrega mais no jogo", completou Peralta.
Flashes
A torcida que lotou o Castelão em Fortaleza foi um show à parte no empate por 0 a 0 entre Brasil e México
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