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Derrubada de arquibancadas do estádio Mané Garrincha, no Distrito Federal: governo quer agilizar regras para as reformas | Elza Fiuza / ABR
Derrubada de arquibancadas do estádio Mané Garrincha, no Distrito Federal: governo quer agilizar regras para as reformas| Foto: Elza Fiuza / ABR

Voto paranaense

Veja como se posicionaram os 30 deputados do estado na votação do texto-base da MP 527, que trata das licitações para obras da Copa e Olimpíada:

A favor

Alex Canziani (PTB), André Vargas (PT), Assis do Couto (PT), Cida Borghetti (PP), Dilceu Sperafico (PP), Dr. Rosinha (PT), Fernando Giacobo (PR), João Arruda (PMDB), Leopoldo Meyer (PSB), Moacir Micheletto (PMDB), Osmar Serraglio (PMDB), Ratinho Júnior (PSC), Rosane Ferreira (PV) e Zeca Dirceu (PT).

Contra

Abelardo Lupion (DEM), Eduardo Sciarra (DEM), Fernando Francischini (PSDB), Luiz Carlos Setim (DEM), Luiz Nishimori (PSDB), Rubens Bueno (PPS) e Sandro Alex (PPS).

Faltaram

Alfredo Kaefer (PSDB), André Zacharow (PMDB), Angelo Vanhoni (PT), Edmar Arruda (PSC), Hermes Parcianello (PMDB), Nelson Meurer (PP), Nelson Padovani (PSC) e Reinhold Stephanes (PMDB).

Enquanto líderes governistas no Senado falam em mudanças e a ministra das Relações Ins­­titucionais, Ideli Salvatti, nega qual­­quer recuo na medida provisória (MP) que permite ao governo federal manter sigilo sobre a previsão de gastos para as obras da Copa do Mundo de 2014 e Olimpíada de 2016, a Câmara dos Deputados será palco de uma nova batalha sobre a proposta na próxima terça-feira. Cinco destaques apresentados pela oposição que acabam com o segredo serão votados pela Casa, antes de o texto ser enviado aos senadores.

"Seria muito inteligente se o governo reconhecesse o erro e acabasse com essa história de sigilo ainda na Câmara. Evitaria o prolongamento do desgaste", diz o deputado paranaense Rubens Bueno, que é líder do PPS. Na última terça-feira, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), declarou que havia possibilidade de eliminar o dispositivo para evitar que a presidente Dilma Rousseff passasse pelo constrangimento de vetá-lo. O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi ainda mais enfático: "Não entendo como se possa ter sigilo em uma obra e em outra obra pública não ter sigilo. Eu preciso ser explicado de quais são os motivos".

Um dia depois, porém, Sarney teria justificado a ministros que se "atrapalhou" nas respostas sobre o tema. O presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), também garantiu que o partido ficaria ao lado do governo.

Seguindo a mesma justificativa apresentada por Dilma para o segredo há dez dias, Ideli afirmou que há um problema de "interpretação" da proposta. "Ela serve para manter a competitividade. Se eu quero construir uma casa, não vou anunciar o quanto estou disposta a pagar", disse a ministra.

Aprovação

O texto básico da MP 527 foi aprovado pela Câmara no dia 15 de junho, com 272 votos a favor, 76 contra e três abstenções. Entre os 30 deputados paranaenses, 14 foram favoráveis, sete contra e nove faltaram (veja como cada um votou no texto abaixo).

O tema original da matéria era a criação da Secretaria de Aviação Civil, mas o relatório do deputado José Guimarães (PT-CE) também incluiu o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), que trata das obras para a Copa e a Olimpíada. O trecho que normatiza o sigilo não era inicialmente defendido pelo Palácio do Planalto, mas foi inserido pouco antes da votação.

No geral, as mudanças flexibilizam termos da Lei de Licitações (8.666/1993). Pela regra vigente, o órgão público apresenta quanto pretende pagar pela obra no edital de concorrência. O orçamento prévio é calculado por tabelas de consulta oficiais e serve de referência para a análise das propostas. A redação atual da MP 527 estabelece que esses valores serão mantidos em sigilo e só serão acessíveis aos órgãos de controle (como os tribunais de contas), que poderão consultar as informações apenas antes ou após as licitações, mas não divulgá-las.

Graças ao dispositivo, o governo poderá divulgar os valores pagos somente ao final da obra, o que atrapalha a comparação com os gastos programados inicialmente. Dilma e Ideli têm frisado, porém, que a divulgação antecipada seria prejudicial ao custo da obra, já que poderia proporcionar manipulação de preços por parte das empresas concorrentes. "Isso evita que o licitante, que está fazendo a oferta, utilize a prática de elevação de preços e a formação de cartel", disse a presidente, lembrando que a prática é utilizada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Outras mudanças

Além da questão do sigilo, a MP em discussão no Congresso Nacional abre a possibilidade de licitações de obras por meio de contratações integradas. Com isso, o contratado realiza todas as etapas do empreendimento. Isso inclui os projetos básicos e executivo, que pela legislação atual precisam ser elaborados por empresas diferentes.

A proposta também estipula que todas as licitações serão feitas por meio eletrônico. Outro dispositivo permite que as concorrências sejam reiniciadas caso exista uma diferença de pelo menos 10% entre o melhor lance e o segundo colocado.

Interatividade

A pressão da oposição será suficiente para o governo mudar de ideia sobre o projeto das licitações da Copa?

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