O Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) voltou a considerar as garantias oferecidas pela Andrade Gutierrez insuficientes para a concessão de financiamento para a reforma do Beira-Rio, nesta terça-feira, após reunião com cinco executivos da empresa. O impasse aumenta a perspectiva de o estádio do Internacional não ficar pronto a tempo de sediar jogos da Copa do Mundo de 2014. A obra da reforma está parada há oito meses.
O presidente do Banrisul, Túlio Zamin, disse que a empresa está avisada desde 23 de dezembro que o banco rejeita o modelo proposto e, mesmo assim, não apresentou alterações importantes ao pedido. Segundo o executivo, o banco não pode aceitar garantias de apenas 20% do valor a ser financiado, superior a R$ 200 milhões, e nem vincular o empréstimo à taxa de sucesso do investimento. "Exigir garantias totais previamente constituídas e não vinculadas ao negócio é regra de mercado", destacou. "O risco tem de ser do empreendedor".
Zamin sustentou que nas condições apresentadas até agora não há como o Banrisul negociar e chegou a sugerir que a empresa busque outros repassadores de recursos ou tente contratar a operação com o próprio Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), dando a entender que outros agentes do mercado dificilmente aceitarão proposta semelhante. Também revelou que a Andrade Gutierrez ainda não apresentou quem seriam seus parceiros na sociedade de propósito específico a ser criada para reformar o Beira-Rio.
O presidente do Internacional, Giovanni Luigi, lembrou que a Andrade Gutierrez procurou o clube há um ano e meio, se propôs a bancar a reforma e agora deve oferecer as garantias para obter o financiamento da obra. "Ela tem porte para assumir sozinha ou com outros parceiros e esperamos que assuma essa responsabilidade", ressaltou o dirigente ao sair de uma reunião com o vice-governador Beto Grill (PSB), na qual foi informado do insucesso do encontro das representantes da empresa com os diretores do Banrisul. A empresa não comentou o assunto.
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