O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM) investigará a compra de 544 ingressos da Copa do Mundo pela prefeitura de Manaus para que fossem distribuídos às autoridades locais. O valor de R$ 139,4 mil foi gasto para oferecer oito entradas a cada um aos 41 vereadores e 21 secretários municipais, com direito a acompanhante, para os quatro jogos do Mundial na Arena da Amazônia.
Na noite de segunda-feira (16), o prefeito de Manaus, Arthur Neto, anunciou que os secretários que receberam esses ingressos deverão devolver aos cofres públicos os valores correspondentes aos ingressos.
A aquisição dos ingressos foi publicada no Diário Oficial do Município do dia 23 de maio. No documento, consta que a compra foi feita pela Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult) diretamente com a Fifa. Não houve procedimento licitatório, e a licitação foi considerada inexigível pela inviabilidade de concorrência entre empresas.
Com a decisão do MPE de investigar o caso, o prefeito Artur Neto se reuniu com o secretariado. "Fizemos uma reunião e ficou decidido que todos os secretários vão devolver o valor aos cofres públicos. Não devemos ocupar o Ministério Público com coisas pequenas", disse o prefeito.
Em nota, a Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom) afirmou que inicialmente a compra para os jogos das quatro partidas realizadas em Manaus fazia parte de um projeto para promoção turística (Fan Tour) e jornalística (Fan Press), a exemplo do que ocorre em diversos outros eventos realizados nas principais cidades do mundo.
Ainda de acordo com a nota, os ingressos só foram entregues no dia 11 de junho, a três dias do primeiro jogo na cidade, o que impossibilitou a viabilização do projeto, levando em conta ainda a indisponibilidade de vagas na rede hoteleiras e até mesmo a dificuldades de voos para a cidade, diante da grande demanda de turistas que escolheram a capital do Amazonas para assistir às partidas. Por conta disso, o diretor-presidente da Manauscult, Bernardo Monteiro de Paula, optou por destinar os ingressos a autoridades que contribuíram para a realização do Mundial.
"Bernardo Monteiro de Paula agiu com boa intenção, mas foi um pecadilho da administração. Fizemos uma reunião e foi decidido que o dinheiro dos ingressos vai ser ressarcido, como manda o manual do tratamento da coisa pública. Os ingressos que foram destinados aos vereadores também terão recursos ressarcidos para a administração municipal", garantiu o prefeito.
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