O jogo
Croácia ignora torcida e aposta na força técnica
Sí se puede, tradicional grito mexicano nos estádios, ganhará uma versão em croata hoje, no Recife. Ignorando a maioria verde, os europeus esbanjam confiança na classificação para as oitavas de final do Mundial.
"Acreditamos que somos a melhor seleção e, individualmente, temos os melhores jogadores. Mostraremos isso amanhã [hoje]", cravou o meia Luka Modric em uma coletiva de imprensa marcada por respostas seguras sobre o resultado na Arena Pernambuco.
A predominância latina nas arquibancadas são esperados cerca de 20 mil torcedores de El Tri (não foram divulgados números oficiais) não é vista com preocupação pelos croatas. É combustível. "Isso nos motiva a deixá-los tristes e os nossos torcedores felizes. Não acredito que será grande vantagem. O jogo se joga no campo, não na arquibancada", falou o jogador do Real Madrid, que tinha 17 anos de idade quando México e Croácia se enfrentaram pela primeira e única vez na história.
Foi na primeira fase da Copa de 2002. Os mexicanos venceram por 1 a 0. Niko Kovac, técnico croata, era titular daquela equipe. O goleiro Pletikosa é o único remanescente do lado vermelho e branco. "O México tinha Rafa Márquez, que já era um líder naquela época, e segue assim. Não podemos dizer que é uma revanche. Se passaram 12 anos. Nossa meta e vontade é passar da fase de grupos agora", lembra o treinador, que tem à disposição um trio ofensivo de destaque na Bundesliga, o campeonato alemão.
Perisic e Olic, pelos lados, e, principalmente, Mandzukic, centralizado, têm a missão de furar a defesa mexicana. Muito por causa de Ochoa, ainda invicta após dois jogos. "A Croácia tem bons jogadores. Tem meias que chegam com facilidade à linha de fundo, um centroavante letal e alguns dos melhores meias do mundo. Teremos de fazer nossa parte para conquistar ao menos um empate", disse Márquez.
Pouco tempo para trabalhar. Assumir o projeto em situação de risco. Remuneração baixa em relação a companheiros de profissão. Em outubro do ano passado, quando assumiram Croácia e México, respectivamente, os técnicos Niko Kovac, 42 anos, e Miguel Herrera, 46, encontraram um cenário muito similar pela frente. Após classificarem suas seleções na repescagem, provavelmente só um deles permaneça na Copa do Mundo. A decisão é hoje, a partir das 17 horas, na Arena Pernambuco.
Os comandantes têm o menor tempo no cargo entre os 32 representantes de classe no Mundial. Estrearam em novembro do ano passado e, desde então, cada um fez somente quatro partidas oficiais duas delas na fase de grupo do próprio torneio. Contanto os amistosos, Herrera tem 11 jogos à frente de El Tri, enquanto Kovac soma sete com os Vatreni.
Dinheiro também é assunto semelhante para ambos. O mexicano é o treinador de menor salário do torneio, segundo a revista Forbes. Piojo, que se mantém invicto após vitória sobre Camarões e empate com a seleção brasileira, recebe aproximadamente R$ 470 mil anuais. Kovac ganha um pouco mais, algo como R$ 610 mil terceiro pior no ranking financeiro.
O somatório dos salário R$ 1,1 milhão representa 11% da remuneração anual do rival de grupo Luiz Felipe Scolari. O gaúcho fatura R$ 9 milhões por temporada, fora contratos publicitários e premiações. O italiano Fabio Capello, que comanda a Rússia é o mais bem pago: R$ 25 milhões por 12 meses de trabalho.
Coincidências à parte, os técnicos tentam provar que valem bem mais do que ganham. A vantagem é do latino, que conta com o empate para classificar. Nada que amedronte o europeu. "Se alguém tem de entrar em campo com os joelhos tremendo são eles", apimenta Kovac. "Concordo que o México não jogou bem apenas nos dois últimos jogos, mas desde que Herrera assumiu. Fizeram uma ótima repescagem contra a Nova Zelândia com pouco tempo, assim como nós. É um ótimo grupo... Mas temos a receita para ganhar deles", emendou o treinador, que mencionou o fator sorte no empate mexicano contra os anfitriões.
Do outro lado, a orientação é clara: não cair nas provocações. O jogo de palavras é benéfico apenas ao adversário. "Na coletiva as pessoas falam qualquer coisa. No campo que se mostra o que foi feito no trabalho. Se foi sorte ou não, empatamos com o Brasil. Eles não", diz Herrera, típico paizão dos atletas.
"Miguel chegou e a nossa sorte e resultados mudaram. Sofremos muito para estar aqui. O jogo de hoje é uma grande oportunidade para entramos para a história do futebol mexicano", aposta o volante Moreno.
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