Os jogos da Copa do Mundo ganharão um reforço no número de seguranças, tanto privados quanto públicos, após a invasão do Maracanã por torcedores chilenos antes da partida contra a Espanha, na quarta-feira (20).
A decisão foi anunciada nesta sexta (20), após uma reunião de emergência que contou com o alto escalão de todos os setores envolvidos na segurança da competição.
Participaram do encontro o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, o gerente-geral de segurança do COL (Comitê Organizador Local), Hilário Medeiros, e o chefe Estado Maior das Forças Armadas brasileiras, general José Carlos de Nardi, entre outros.
Na reunião, ficou decidido que haverá a contratação de mais stewards (vigias particulares que agem principalmente dentro do estádio). A segurança terá reforço de policiais militares na parte externa das arenas e, nas internas, quando for necessário.
Atualmente, já existem policiais dispostos dentro dos estádios, mas eles estão em número ínfimo e à disposição apenas para situações de emergência.
"Vamos elevar o número de stewards e melhorar a revista onde for necessário e, se necessário, haverá um apoio das polícias estaduais. A ideia em princípio, e nos parece perfeitamente possível, é ter dentro do estádio um número suficiente de stewards. As forças de segurança pública têm uma ação suplementar", afirmou o ministro da Justiça.
"Se for necessário que utilizemos segurança pública, não temos nada contra. O que queremos é um evento seguro. E tudo o que for necessário para ter essa segurança será feito pela Fifa e pelo governo", reforçou Valcke.
Inicialmente, a Fifa era contra a ideia de ver policiais agindo dentro do estádio por considerar que essa era uma imagem negativa. Mas a entidade cedeu ante a pressão do governo e a situação emergencial.
O tabu que ainda continua de pé é quanto ao uso das forças armadas. Segundo Cardozo, elas seguirão atuando "no ponto de vista meramente preventivo em pontos estratégico", ou seja, fora dos estádios.
As medidas adotadas para reforçar a segurança da Copa anunciadas nesta sexta (20) valem para todas as 12 cidades-sedes e serão aplicadas imediatamente, prometeu o ministro da Justiça.
O aumento de efetivo será discutido a cada partida, dependendo do palco do jogo, de sua importância e do perigo que representa as torcidas das seleções envolvidas.
A maior falha de segurança do Mundial foi vista na última quarta (18), quando cerca de 150 torcedores chilenos conseguiram passar pelas barreiras de segurança e invadiram a sala de imprensa do Maracanã.
Oitenta e cinco deles foram presos. Os demais conseguiram acessar áreas restritas do estádio e subiram para as arquibancadas pelas escadas.
Segundo a Polícia Civil, os 85 chilenos foram autuados pelo artigo 41B do Estatuto do Torcedor (promover tumulto, praticar ou incitar a violência, ou invadir local restrito aos competidores em evento esportivo). Dois cidadãos argentinos e um americano foram levados à delegacia como testemunhas.
Os chilenos foram liberados e receberam ordem para deixar o Brasil em até 72 horas."[As falhas no Maracanã] não acontecerão porque teremos agora a situação diante dessa nova realidade corrigida. Foi uma falha pontual que qualquer grande evento está sujeito", completou Cardozo.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião