Costa Rica
Ovacionados, Ticos se despedem da Copa
Os gritos de "sí se pude" da torcida da Costa Rica ecoavam forte na Fonte Nova antes mesmo de a partida contra a Holanda começar. E os latino-americanos mostraram que realmente era possível derrotar os favoritos. Foi por pouco. O revés nos pênaltis encerrou a melhor campanha da história da seleção em Mundiais.
Os Ticos deixam o Brasil sem perder nenhum jogo. Por isso, o sentimento após o jogo de ontem não era de decepção para o técnico Jorge Luis Pinto.
"Vamos para casa felizes e agradecidos por todo o carinho que recebemos. Não tivemos medo de ninguém e competimos de igual para igual com as potências. Os jogadores foram espetaculares e deixaram o país orgulhoso", elogiou o treinador.
"Vivemos uma experiência maravilhosa. Não há culpados pela derrota. Fizemos um grande trabalho e saímos de cabeça erguida", reforçou Keylor Navas, considerado um dos melhores goleiros da Copa do Mundo.
O goleiro holandês Tim Krul ficou apenas 46 segundos em campo no duelo contra a Costa Rica, ontem, na Fonte Nova. Nos momentos finais da prorrogação, ele substituiu o titular Cilessen com a missão de assegurar a vitória na disputa dos pênaltis e não decepcionou. Com duas defesas, o camisa 23 garantiu a Holanda na semifinal da Copa do Mundo. Os europeus agora encaram a Argentina, na próxima quarta-feira, às 17 h, no Itaquerão, em São Paulo.
Krul foi a carta na manga tirada pelo técnico Louis Van Gaal para conseguir derrotar os latino-americanos. Durante 120 minutos, a Holanda teve posse de bola superior, finalizou mais vezes, no entanto, não conseguiu balançar as redes. Na hora das penalidades, o treinador decidiu confiar em um especialista.
"Cada jogador tem habilidades específicas e avaliamos que o Krul seria a melhor opção no caso de uma decisão por pênaltis. Ele tem um ótimo alcance", justificou Van Gaal.
Krul, de 1,93 m, é sete centímetros mais alto do que o companheiro Cillessen. Ele acertou o canto em todas as cinco cobranças da Costa Rica e alcançou a bola nos chutes de Bryan Ruiz e Umaña. As duas defesas, somadas aos acertos dos quatro cobradores holandeses, consolidaram a aposta certeira do treinador.
"Foi complicado abrir mão de uma alteração, deixar alguns jogadores cansados em campo para colocar o goleiro. Ainda bem que deu certo", festejou o comandante do time europeu.
O "especialista", que não havia participado de nenhum jogo do Mundial, ganhou o status de herói nacional. "Estamos há sete semanas nos preparando para a competição e treinei muito para isso. Você tem de olhar bem para o cobrador e seguir seu instinto", disse o goleiro logo após se tornar o protagonista da classificação. "É um sonho que estou realizando", completou.
O próximo obstáculo no caminho laranja é a Argentina de Lionel Messi. A última vez em que se enfrentaram em uma Copa, nas quartas de final de 1998, a Holanda levou a melhor e venceu por 2 a 1. O duelo mais importante entre as seleções, no entanto, foi na decisão do Mundial de 1978, quando os sul-americanos garantiram o título em casa.
Os europeus tentam alcançar a quarta final em Mundiais, a segunda seguida. A equipe perdeu as três que já disputou: além de 1978, foi superada em 1974 e 2010. Em relação ao time que perdeu para a Espanha na última Copa da África do Sul, seguem no time titular apenas quatro jogadores: Kuyt, Sneijder, Van Persie e Robben. "Todos sabem da responsabilidade que tem e eu confio muito nesse grupo", destacou Van Gaal.
No duelo com os argentinos, o goleiro Krul deve começar no banco de reservas, mas em caso de uma nova decisão na penalidades, a Holanda já sabe a quem recorrer para conseguir a vitória.
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