Totalmente recuperado da lesão no joelho esquerdo, Luis Suárez marcou dois gols na Inglaterra| Foto: Francois Xavier/Reuters

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Wayne Rooney quebra jejum, mas caminha para fim melancólico

O fim do jejum em Copas não poderia ser mais melancólico para Wayne Rooney (foto). Foram necessários três Mundiais e 759 minutos em campo para o atacante do Manchester United enfim desencantar. Mesmo assim, ele continua vendo sua equipe à beira da eliminação. Foram 11 jogos e um gol, contra um aproveitamento arrasador do seu colega no Campeonato Inglês e adversário da tarde de ontem. Em oito jogos pela Celeste em copas, Suárez marcou seis vezes. O gol de Rooney até contagiou a torcida inglesa, mas a tensão da partida não permitiu muito entusiasmo. Em alguns momentos, o estádio se calava à espera de qualquer golpe que selasse o destino de um dos dois campeões mundiais.

O técnico da seleção inglesa Roy Hodgson lamentou o novo tropeço. Para ele, a Inglaterra tentou controlar o jogo, mas esbarrou no goleiro e na garra da equipe sul-americana. "Acho que em ambas as partidas conseguimos jogar bom futebol. Somos uma boa equipe, mas os resultados ditam o que vai acontecer", afirmou.

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Percalços, drama, recupera­­ção, coração e triunfo. Um roteiro nada original, muito menos para a Celeste. E o filme preferido dos uruguaios foi reprisado ontem na versão Co­­pa do Mundo 2014. O cenário foi o Itaquerão, o "vilão" a Inglaterra e o protagonista Luis Suárez.

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O atacante, com um script pessoal nos mesmos moldes de superação da sua equipe, marcou os dois gols na vitória por 2 a 1 foi o responsável por manter o Uruguai vivo no torneio Fifa. Já os English Team depende de vitória da Itália, hoje, contra a Costa Rica, para seguir com chances.

O dramalhão uruguaio começou com o tropeço inesperado para a Costa Rica por 3 a 1. Pela frente, viria um jovem, rápido e organizado time inglês, também derrotado pela Itália. O jogo da vida, diziam os uruguaios apaixonados. Nem tanto, pregavam os ingleses, inabaláveis.

Com um componente visto muito mais nas películas do que na vida real, a história de ontem teve direito até a premonição. "Sonhei com o gol e estou aproveitando o momento, depois de tudo que vivi. Jogar contra a Inglaterra, por tudo que se falou de mim, era importante. Houve essa emoção pelo último mês e a lesão, com apoio de minha família e dos médicos", revelou Suárez.

Mas nem o sonho era tão bom. Ele marcou duas vezes, aos 39 de cada tempo, chegou a 40 gols, o maior artilheiro da seleção, e fez o que os ingleses se cansaram de ver quando ele desfilou pelo Liverpool e alcançou a melhor pontaria do Campeonato Inglês, com 31 gols.

Mais uma conquista pessoal do atleta, que aos 14 anos era dependente de álcool. E como uma boa história também tem um pouco de romance, ele encontrou na esposa a ajuda para ajustar o caminho. Ontem, Sofia Balbi foi elogiada até pelo técnico Óscar Tabárez pelo apoio na recuperação do atacante após a artroscopia no joelho esquerdo, há um mês.

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"Se isso fosse um filme e alguém tivesse escrito esse script, não poderia ter imaginado algo melhor. Vencemos depois de ter perdido daquela maneira. Superamos uma seleção europeia em uma Copa. Não desistimos", definiu Tabárez. "E tudo isso no dia do nascimento de Jose Artigas, nosso herói nacional", completou, sobre a data que ganha mais um herói: "Luisito", como gritaram tantos uruguaios enrolados em suas bandeiras, que serviram para secar várias lágrimas.