Família de operário morto em SP fala em negligência

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A morte do operário Fabio Hamilton da Cruz, ocorrida sábado, provocou irritação nos seus familiares – ele foi enterrado ontem. Um dia após o acidente, o primo da vítima, Everson, não poupou críticas aos responsáveis pela obra do Itaquerão, palco do jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014. Para ele, Fabio não poderia estar trabalhando em uma altura elevada – ele sofreu uma queda de oito metros. Além disso, Everson acusou os responsáveis de tentarem encobrir detalhes do acidente.

"Antes de a perícia chegar, os funcionários jogaram areia e pedaços de plástico para esconder o sangue. Não teve como fazer a perícia certa e os responsáveis da obra não deixaram ninguém dar entrevista", lamentou ele, revelando também um bônus oferecido aos funcionários para que eles terminassem a obra antes do previsto.

Antes de trabalhar na Are­­na Corinthians, Fabio foi ambulante e tinha experiência em um lava-rápido. Com o atual salário de R$ 1.200, ajudava a sua família, além da namorada. "Ele estava feliz, pensando em comprar uma moto ou um carro", disse Everson.