Se houve atraso em quase todas as obras nos estádios e de infraestrutura programadas para o Mundial, a confusão teve data marcada e pontualidade "invejável". O protesto contra a Copa do Mundo terminou com presos, feridos e destruição no acesso à Arena Corinthians.
A mobilização começou exatamente às 10 horas, como agendado, e foram necessários cinco minutos para começar a correria, as bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo, tiros de bala borracha e muita confusão que chocaram a mídia internacional. Segundo um porta-voz da PM, ao menos cinco pessoas ficaram feridas, entre elas, duas jornalistas da CNN e um fotógrafo argentino.
A polícia estava preparada. Ainda de madrugada começou a ocupar com caminhões, carros e cavalaria a região da estação Carrão, cinco paradas antes de Itaquera e escolhida pelos manifestantes um dos motivos seria a proximidade à sede do Sindicado dos Metroviários. Durante a semana, a capital paulista sofreu com uma greve de cinco dias no metrô, que resultou na demissão de 42 grevistas.
Caminhões do batalhão de choque ocupavam vielas e ao menos quatro caminhões de bombeiros estavam de prontidão a operação contou ainda com o reforço de helicópteros. Centenas de policiais faziam a proteção da Radial Leste, via de acesso ao estádio. Jovens com uma faixa "Se Não Tiver Direitos, Não Vai Ter Copa" chegaram de forma pacífica, mas em poucos instantes começou o confronto, com três embates na Rua Apucarana. Moradores, que durante a semana foram alertados a permanecer em casa e não deixar os carros na rua, observavam a movimentação, mas acabaram surpreendidos com o conflito.
Um pouco mais tarde, vândalos começaram a depredar a região, arrancando placas de trânsito e atirando bombas caseiras contra a polícia. Um grupo de black blocs chegou a atear fogo em latas de lixo inclusive em frente a um posto de gasolina. A tropa de Choque avançou para conter a destruição. A estação Carrão foi temporariamente fechada. E o cenário de violência mais uma vez dividiu o noticiário da Copa.
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