Pelada com operários da obra abriu a Arena Pernambuco| Foto: Glauber Queiroz/ Portal da Copa/ ME

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Por R$ 10 milhões, estádio pernambucano ganha nome de cerveja

Seguindo a linha dos estádios europeus e americanos, mais uma praça esportiva brasileira teve seu nome cedido para exploração comercial. Ontem, a cervejaria Itaipava, do Grupo Petrópolis, oficializou o contrato de naming rights com a Arena Pernambuco, um dos palcos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo. Assim como já havia assinado com a Arena Fonte Nova, em Salvador (BA), o contrato para exploração do nome do estádio é de R$ 10 milhões por dez anos.

Segundo o diretor de mercado do Grupo Petrópolis, que está construindo duas novas plantas de produção da cervejaria, justamente na Bahia e Pernambuco, mesmo com a proibição da venda de cerveja nos estádios brasileiros, o acordo vale a pena. "Pretendemos crescer de 0,5% para 15% no mercado nordestino em dois anos. E a aquisição desses naming rights vai colaborar para o fortalecimento da marca", explica Douglas Costa.

O naming rights no Brasil não é inédito. O primeiro acordo foi feito em 2005, quando o Atlético cedeu o direito de exploração da Arena da Baixada à fabricante de celulares sul-coreana Kyocera. Assim como a Itaipava, o objetivo era expandir a marca no mercado brasileiro. O que não deu certo na parceria com o Furacão.

Costa afirma que uma das dificuldades no Brasil é assinar esse tipo de contrato com estádios de clubes. Ao contrário do que acontece com os times europeus – como o inglês Arsenal, que cedeu a exploração do nome de seu estádio para a companhia aérea Emirates – a probabilidade de o produto ganhar rejeição dos torcedores das equipes adversárias é grande. "Pesou muito na escolha desses dois estádios o fato de eles não serem de clube. Consideramos isso na nossa avaliação", enfatiza o executivo.

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Último estádio da Copa das Confederações a ser inaugurado, a Arena Pernambuco foi aberta ontem ao público. O novo estádio recebeu uma partida entre os operários que participaram da obra, com pontapé inicial da presidente Dilma Rousseff, que entrou em campo na companhia do governador pernambucano, Eduardo Campos, e do ministro do Esporte, Aldo Rebelo.

Para 46 mil pessoas, o estádio pernambucano, palco também do Mundial, foi inaugurado com mais de um mês atraso – a data inicial era 14 de abril. No fim de 2012, a praça esportiva, concluída ao custo de R$ 532 milhões, chegou a ser ameaçada pela Fifa de ficar fora da Copa das Confederações, que começa no próximo dia 15. A ameaça fez com que as obras fossem aceleradas.

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Mesmo assim, o estádio será inaugurado oficialmente amanhã, em uma partida entre o Náutico e o Sporting, de Portugal, ainda com alguns ajustes a serem feitos. Uma delas são os estacionamentos. Boa parte das 4,7 mil vagas para veículos ainda não está concluída.

No jogo dos operários, ontem, o público teve de esperar um bom tempo debaixo de um sol escaldante para entrar no estádio. Alguns torcedores reclamaram da espera de até 50 minutos – a revista era manual, já que ainda não estavam instalados os detectores manuais na entrada.

Já os jornalistas que cobriram o evento não tiveram acesso à sala de imprensa, o que fez com que muitos profissionais tivessem de disputar espaço com os usuários do banheiro para ter acesso às poucas tomadas disponíveis na arena – a alegação era de que o espaço destinado à imprensa estava sendo utilizado pela comitiva da presidente Dilma.

O Náutico será o inquilino do estádio a partir de julho. A diretoria do Timbu fez uma parceria com a construtora Oderbrecht que, além de ceder a arena, também fará melhorias no centro de treinamentos do clube. Já o direito de uso comercial do nome do estádio ficará com a Cervejaria Itaipava, que também nesta segunda-feira oficializou o contrato de naming rights da Arena Pernambuco, ao custo de R$ 10 milhões por dez anos – contrato semelhante ao que ao fechado com a Arena Fonte Nova, em Salvador (BA).

O diretor de marketing da Arena Pernambuco, An­­dré Sá, afirma que o desafio maior será fazer do estádio um palco multiuso – entre as pretensões estão as lutas do UFC. "Temos parceria com a AIG [uma das principais organizadoras de shows do mundo, que, entre outros, realiza apresentações do Rolling Stones e que também fechou parceria com a Arena da Baixada], que está interessada em cap­­tar tours que vêm ao Brasil", explica.

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* O jornalista viajou a convite da cervejaria Itaipava.