O Itaquerão vai receber ajuda da prefeitura de São Paulo. Depois de muita discussão e polêmica, os vereadores aprovaram nesta quarta-feira (29) um pacote de benefícios para a construção do estádio corintiano. Usando como argumento o aumento de investimentos na zona leste da capital paulista, os Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CIDs) que serão negociados por R$ 420 milhões receberam 36 votos favoráveis, enquanto 12 parlamentares foram contrários à medida e 3 se abstiveram.

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Com pressa, os vereadores anteciparam uma audiência pública para esta quinta com o objetivo de acelerar a segunda votação. A decisão em segunda instância ainda não tem data definida. Na sequência, o projeto precisará ser sancionado pelo prefeito para entrar em vigor. Na prática, o clube receberá papéis que serão negociados no mercado dando isenção fiscal a seus portadores.

Uma das principais alegações do município é que a concessão ao Timão não chega a 1% do que se emitiu em CIDs para empresas da zona leste no período de sete anos. Para o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Marcos Cintra, o estádio corintiano servirá para atrair novas empresas para a área.

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A votação do projeto durou oito horas. Um dos mais exaltados opositores à medida era o ex-judoca Aurélio Miguel (PR). Ele admitiu a derrota antes mesmo da votação no plenário, mas não desistiu de bradar contra a iniciativa que considera inconstitucional por beneficiar empresas privadas. "O governo vota o que quiser aqui. É Odebrecht, meu amigo, aqui a fatura está liquidada. Mas não vamos deixar de expor o mau uso de dinheiro público que está sendo feito", reclamou. A construtora emitiu nota lembrando que outras empresas receberam o mesmo incentivo fiscal.

Inconformado, Aurélio Miguel sugeriu a abertura de uma ação civil pública que impeça a Odebrecht de receber as benesses da prefeitura.