Um arquiteto linha-dura, de poucos sorrisos, envolvido na sétima Copa do Mundo seguida e com acesso direto à sala do presidente da Fifa, Joseph Blatter, dará o parecer decisivo sobre o destino de Curitiba no Mundial de 2014. O suíço Charles R. Botta desembarca no começo da manhã no Aeroporto Afonso Pena para a quinta visita à Arena da Baixada em menos de um ano. Inspeções de rotina para um consultor de estádios, mas que, a cada retorno à capital paranaense, adquiriram um tom de voz mais duro.
O primeiro puxão de orelhas de Botta foi antes da Copa das Confederações, quando disse que queria ver a Baixada com cara de estádio até agosto, quando a Fifa começaria a vender os ingressos. Seu retorno no segundo semestre contribuiu para que, em dezembro, pela primeira vez o secretário-geral Jérôme Valcke admitisse publicamente o atraso na obra.
Os retornos em janeiro e fevereiro foram os mais tensos. No primeiro, ao perceber que o cronograma era irreal, reclamou duramente do pouco número de operários. Produziu o relatório que levou ao ultimato que vence hoje. No segundo, reclamou do excesso de entulho e do canteiro ainda pouco povoado.
Botta não é funcionário da Fifa. Atende a entidade por meio de sua consultoria, a Botta Management AG Group, com sede em Baar, na Suíça. Seu escritório projetou a sede da Fifa em 2006. Homem de confiança de Valcke, também mantém uma relação pessoal com Joseph Blatter. Sua mulher, Cristine, é chefe de gabinete do presidente da Fifa.
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