Dilma durante reunião com governadores e prefeitos, em Brasília: tom ameno ao invés de puxão de orelha| Foto: Antonio Cruz/AGBr

Três aeroportos serão privatizados

A primeira medida do governo federal para agilizar as obras de mobilidade para a Copa de 2014 será a concessão dos aeroportos de Guarulhos e Viracopos, em São Paulo, e o de Brasília (DF). O modelo adotado será o de Sociedades de Propósito Específico (SPE), na qual os investidores privados terão participação de 51% e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aero­­por­­tuária (Infraero) de 49%. O edital de licitação será publicado em dezembro e será o primeiro passo para a abertura de capital da estatal.

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Dos 14 projetos, apenas um já foi iniciado
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O governo estipulou prazo até 31 de dezembro de 2011 para a licitação das obras de mobilidade urbana nas 12 cidades que receberão recursos do Programa de Acele­­ração do Crescimento (PAC) da Copa do Mundo de 2014. O limite é mais um obstáculo para os 14 projetos previstos para Curitiba e região metropolitana. Dentre eles, apenas a ampliação do estacionamento do Aeroporto Afonso Pena já foi licitada.A decisão foi anunciada ontem durante reunião no Palácio do Planalto com a presidente Dilma Rousseff , ministros, governadores e prefeitos das sedes do Mundial. "Concluímos que será necessário acelerar mais a preparação da Copa e para isso é fundamental que estados e municípios atuem de mãos dadas", justificou o ministro dos Esportes, Orlando Silva. O pedido foi feito em tom ameno – e não como um "puxão de orelha", como era esperado.

Segundo o governador Beto Richa (PSDB), Dilma frisou ao final do encontro que os empreendimentos que não forem licitados no prazo perderão prioridade. "Eles não serão abandonados, mas ficarão para o PAC 2", afirmou Richa. Ele também falou que a situação de Curitiba é "mais confortável" em relação às demais cidades.

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"Posso assegurar que está tudo sob controle. É comum haver imprevistos, mas eles serão contornados", complementou. Todos os governadores tiveram espaço para falar durante a reunião e Richa usou o tempo para explicar as dificuldades em relação à conclusão da Arena. "O estádio ainda é o nosso principal nó. Mas acho que tudo se resolve a partir do momento em que o Atlético se acertar com o investidor." Em outra intervenção, Richa também pediu ajuda da União para investimentos em segurança pública.

O otimismo do governador ainda não se reflete na evolução das obras. Reportagem publicada ontem pela Gazeta do Povo revelou que 64% das intervenções previstas em Curitiba podem não ficar prontas até o início da Copa. Segundo avaliações de engenheiros e especialistas, nove têm "risco alto" de não serem concluídas, três apresentam "risco médio" e apenas duas "risco baixo".

A estimativa está diretamente ligada ao andamento das licitações. Entre os empreendimentos de "risco alto", quatro ainda não têm nem os projetos executivos iniciados, enquanto outros cinco têm projetos em andamento. Sem os projetos prontos não é possível licitar a obra.

Otimismo

Dos quatro mais atrasados, dois estão sob responsabilidade da Coordenação da Região Metro­­politana de Curitiba (Comec) e outros dois da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). "Encontramos dificuldades em função da mudança de governo, mas ainda assim acreditamos que é possível fecharmos quase todas as nossas licitações dentro do prazo", diz o coordenador da Comec, Rui Hara. Segundo ele, o atraso ocorreu porque as licitações dos projetos só saíram no dia 30 de dezembro do ano passado, penúltimo dia da gestão Orlando Pessuti (PMDB).

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Na avaliação de Hara, apenas o projeto do Corredor Metro­­politano (ligação viária de 70 quilômetros entre sete municípios, de Colombo a Araucária) corre risco real de não receber os recursos do PAC da Copa. "Ainda assim, será só de um dos três trechos previstos, o que corresponde a cerca de um terço da obra." O sufoco será menor nas seis obras do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) – três delas já têm projetos em andamento enquanto em outras três eles estão finalizados, ou seja, estão prontas para serem licitadas.