Após o encontro que a presidente Dilma Rousseff teve nesta quinta-feira (13) com o volante Tinga e o árbitro Márcio Chagas da Silva, que foram vítimas recentemente de ofensas raciais em jogos de futebol, a ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, garantiu que o governo federal está empenhado na campanha contra o racismo que será feita na Copa do Mundo.
Antes do encontro desta quinta-feira no Palácio do Planalto, que contou também com a participação de representantes do Movimento Negro, Dilma já havia usado o Twitter para prestar solidariedade a Tinga e Márcio Chagas da Silva, assim como fez também com o volante Arouca, outra recente vítima de ofensas raciais no futebol. Na ocasião, a presidente defendeu que o Brasil faça "a Copa contra o racismo".
"Em primeiro lugar, a grande contribuição que o Movimento Negro trouxe para essa discussão é que a questão principal não é o racismo na Copa do Mundo. A questão principal é o racismo que existe nas sociedades e que, portanto, se manifesta no futebol", contou a ministra Luiza Barros. "De todo modo, o governo está empenhado numa campanha que será feita na Copa contra o racismo" completou.
Na saída do encontro em Brasília, Tinga comentou sobre a atenção dada pela presidente ao tema. "O que acredito que é importante é que ela se preocupou com a situação que aconteceu nesse último mês, tanto com a minha situação quanto a do Márcio, a do Arouca, e tive oportunidade de falar que tem outras coisas que acontecem no país em termos de preconceito. Espero que a gente possa conscientizar que isso é um fator de educação", disse o volante, que presenteou Dilma com uma camisa do Cruzeiro.
Também convidado para o encontro com Dilma, Arouca não pôde ir a Brasília na tarde desta quinta-feira, mas mandou uma carta para a presidente para agradecer o convite. "Aproveito para parabenizar pela iniciativa e pela boa vontade em debater o racismo, não apenas por nós três, que sofremos isso dentro de um campo de futebol, mas também por outros milhares, que, por falta de orientação - e por não terem a mesma visibilidade que nós temos diante das câmeras e dos microfones que cercam o mundo do futebol -, não se manifestam e não têm seus apelos ouvidos todos os dias", escreveu o volante do Santos.
"Para finalizar, peço, por favor, que não deixe esse assunto cair no esquecimento. Se pode existir uma vitória nisso tudo é a mobilização que criou e a vontade que todos têm demonstrado em colaborar para dar um basta. Mas isso não pode parar por aqui! É preciso levar até as últimas consequências e, repito, punir exemplarmente", completou Arouca, na carta enviada à presidente.
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